sábado, 21 de março de 2009

Senado para obra de cela e divulga nomes dos 50 exonerados

Na FOLHA DE S.PAULO:

O primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), anunciou ontem que mandou cancelar a construção de uma cela na nova sede da Polícia Legislativa da Casa. Ele disse que vai procurar o diretor do setor, Pedro Ricardo Araújo, para discutir a necessidade da "sala de custódia" para abrigar pessoas acusadas de crimes cometidos dentro do Senado.
A construção da cela foi revelada pela Folha ontem. Com grades e portão, ela terá 8,97 m2 e um banco de cimento. A obra faz parte das reformas na infraestrutura usada pela Polícia Legislativa. Orçada em R$ 569.445, a área a ser modernizada é de 645 m2 e contará com salas de reuniões e gabinetes.
A autorização da obra foi dada no ano passado pelo então primeiro-secretário Efraim Morais (DEM-PB). "A obra foi decidida anteriormente, pela outra Mesa Diretora. Vou suspender para avaliar. Poderá ser temporário ou definitivo", afirmou o senador, que até o fim da tarde de ontem não havia conversado nem com o diretor da polícia nem com o diretor de Engenharia do Senado.
No começo de sua gestão, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou o corte de 10% no orçamento de custeio e investimento da Casa. Ele também mandou suspender os projetos de novas obras no Senado. Projetos que já estavam em andamento, porém, não foram paralisados.

Corte de diretorias
Heráclito também anunciou ontem o fim de 50 dos 181 cargos de diretores. A lista foi elaborada pelo diretor-geral da Casa, José Alexandre Gazineo, que afirmou que a ideia é reduzir para dez as diretorias, as demais terão o status rebaixado. Para a Casa, só 42 das 181 são diretorias "de verdade". Esses afastamentos vão gerar economia de R$ 400 mil por mês.
O corte priorizou servidores de carreira em detrimento aos comissionados (indicados) e que perderiam o emprego no caso de extinção das diretorias.
Na lista de cortes distribuída pela Direção Geral, a Folha identificou apenas um comissionado, Claudia Dias Costa França, que ocupava a Coordenação de Comunicação Institucional e havia sido indicada pelo senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). A assessora de imprensa da senadora Roseana Sarney (PMDB-AP), que ocupa diretoria na área de comunicação, foi mantida.
Entre os diretores que perderam o cargo estão o de "garagem" e o de "check-in". As diretorias foram criadas pelo senador José Sarney (PMDB-AP) no seu segundo ano de mandato como presidente da Casa. Sarney criou ao menos 58 das 181 diretorias. Com a decisão, os 50 servidores perdem um adicional que chega a R$ 2.229.

Rádio
O jornalista Ricardo Noblat, colunista do jornal "O Globo" e autor de um blog de política, tem um contrato anual de R$ 40,3 mil com o Senado para a produção e apresentação de um programa semanal de jazz para a Rádio Senado. Seu nome aparece no site do Senado como "Ricardo José Delgado".
O jornalista afirma não ver conflito de interesse, dizendo que o programa de rádio existe desde 1999 e que nos últimos nove anos foi bancado por ele, ao custo de R$ 1.200 mensais, sem receber do Senado. "Quem lê meu blog e minha coluna sabe minha posição dura em relação ao Senado", afirmou ele, que diz ter 8.000 CDs de jazz.

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