segunda-feira, 9 de março de 2009

Policial acusado de homicídio

No AMAZÔNIA:

O policial militar Manoel da Silva Quadra foi preso e autuado em flagrante, ontem, por homicídio. Ele é acusado de, por motivo fútil, matar o pintor Paulo Sérgio Silva de Oliveira, de 27 anos. Baleado na cabeça, ele morreu em cima de uma mesa de sinuca, dentro de um bar localizado na rodovia Augusto Montenegro, no conjunto Carmelândia, bairro do Mangueirão. Casado, o pintor é pai de cinco filhos, um dos quais com apenas oito meses de vida, e padrasto de outros dois. Policiais militares prenderam o cabo Quadra, como ele é mais conhecido na corporação, e o conduziram à Seccional da Marambaia. Aos 42 anos, ele é lotado na 10ª Zona de Policiamento, cuja base é na Seccional da Pedreira.
Segundo as testemunhas, o policial militar estava bêbado na hora do crime. O assassinato ocorreu por volta das 2h30 da madrugada. Moradores da área começaram a elaborar um abaixo-assinado - que, até as 8 horas, já tinha 60 nomes -, para, depois, entregá-lo à Corregedoria Geral da Polícia Militar. Eles pedem Justiça e também relatam que o cabo seria contumaz na prática de atos que desabonam sua conduta como policial militar. Os moradores também ameaçaram fechar um trecho da rodovia Augusto Montenegro, em frente ao local do crime, que fica passando o Planetário, em direção a Icoaraci, mas militares da Ronda Tática Metropolitana (Rotam) impediram a realização do protesto.
Esposa do pintor, e com quem era casado havia nove anos, Márcia Olívia Lima Rodrigues, dona-de-casa de 29 anos, contou que Manoel tinha acabado de chegar àquele bar. Ele entrou. Ela permaneceu do lado de fora, sentada em uma mesa em frente ao estabelecimento. O pintor não estava consumindo bebida alcoólica, segundo Márcia e, também, o relato de outras testemunhas. Em dado momento, ainda conforme sua versão, o policial militar começou a se desentender com um rapaz. Ele saiu do bar e foi até a mesa de Márcia, a quem já conhecia, mas ele não seria amigo dela e nem de seu marido.
Márcia disse que não o queria na mesa em que estava com outras três pessoas. Ele voltou para dentro do bar e, logo depois, Márcia disse ter ouvido quatro disparos de arma de fogo. Em seguida, as pessoas foram saindo do bar. Ela, no entanto, não viu seu companheiro. Ao entrar, o encontrou morto, em cima da mesa de sinuca. Informações obtidas no local dão conta de que, ao sair do estabelecimento, o PM foi perseguido por algumas pessoas e ainda efetuou um disparo, para dispersar aqueles que o perseguiam. Márcia disse que, há algum tempo, o cabo Quadra 'mexeu' com ela e seu marido não gostou. Mas, naquela ocasião, ela disse para o companheiro não fazer nada, pois o policial estava bêbado.
Outros relatos feitos no local do crime dão conta de que, na madrugada de ontem, o policial militar apontou o revólver, de forma aleatória, na direção de algumas pessoas e, aí, apertou o gatilho. O pintor estava sentado na mesa da sinuca quando foi atingido na cabeça, morrendo na hora. Ainda de acordo com essas informações, o próprio dono do bar já havia dito para ele guardar a arma de fogo, temendo alguma tragédia.

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