segunda-feira, 9 de março de 2009

Kit escolar: uma nota social. Uma notinha apenas.

Com a permissão dos coleguinhas colunistas sociais, o Espaço Aberto pede licença para o registro de uma pequena nota social.
Na última sexta-feira, uniram-se pelos laços do matrimônio os jovens Camila Trindade dos Santos e Alexandre Rocha.
Após a cerimônia religiosa ocorrida na igreja de Nossa Senhora do Carmo, os nubentes receberam pessoas gradas da sociedade paraense nos amplos e elegantes salões da Crowne Plaza, o melhor hotel da cidade.
A noiva é filha do presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), José Conrado dos Santos.
Entre os muitos convidados, a governadora do Estado, Ana Júlia Carepa.
Pronto. A nota social é até aqui.
A partir daqui, vamos ao que interessa.
O presidente da Fiepa é empresário do setor gráfico.
É dono de uma das maiores gráficas de Belém, a Sagrada Família.
Como todos os empresários do setor gráfico, deve estar justamente agastado com a encomenda, pelo governo do Estado, de agendas escolares aos milhares – uns falam em 2 milhões, outras em 1,2 milhão – produzidas na gráfica Santa Marta, em João Pessoa (PB).
Como todo empresário do setor gráfico, Conrado deve estar com o coração até aqui de mágoa porque um governo que apresenta o discurso da geração de emprego e renda aqui no Pará opta por uma gráfica da Paraíba para produzir em grande escala, num momento em que as gráficas paraenses, segundo informou o Diário do Pará de ontem, amargam uma ociosidade que beira assustadores 90%.
Por isso é que os colunistas sociais aqui da redação – todos devidamente trajados a rigor, comme il faut, como se diz -, que compareceram ao casamento da filha do presidente da Fiepa, não tiraram o olho de Conrado e da governadora.
Como bom anfitrião, é claro, ele dispensou a Sua Excelência a chefa do Executivo a maior das atenções.
E demorou-se boa parte do tempo conversando a sós com Ana Júlia.
Bastante tempo.
Quem cronometrou a conversa aposta que foi tempo suficiente para passar a limpo toda essa história da aquisição dos kits escolares.
Mas houve quem apostasse que, num ambiente como aquele, em que o amor predominava – os que se casam, afinal, não o fazem por amor? -, não havia nem como falar de algo que tem deixado os empresários do setor gráfico tiriricas, com ódio no coração.
O poster aposta, sinceramente, que o presidente da Fiepa e a governadora demoraram-se em conversar sobre tudo – sobre a beleza da decoração do ambiente, sobre os filhos que vão crescendo e acabam casando, sobre a estreia de Ronaldo Fenômeno pelo Corinthians, sobre o tempo de chuvaradas em Belém, enfim, conversaram sobre tudo, menos sobre esse questão dos kits escolares.
Se alguém, hoje, amanhã ou depois, encostar no dr. Conrado e perguntar-lhe: "O senhor conversou com a governadora sobre os kits?", é capaz de ouvir de volta: "Kits? Que kits?".
Não tinha nem por quê, realmente.
Vocês sabem: a elegância recomenda, não é?
Sinceramente.

4 comentários:

Anônimo disse...

O Dr. Conrado nunquinha vai brigar co a Tia Ana por causa dos outros. Ele sendo aquinhoado seja como for pelo PT está tudo bem. Repito, por que brigar e perder a participação nas futuras licitações, se não usarem a Double M como repassadora.

Anônimo disse...

Eu duvido que as gráficas paraenses dessem conta dessa encomenda. Ainda pelo suposto preço indicado no Diário do Pará, R$ 2 milhões. Até parece que eles iam cobrar 2 reais por agenda. Pra isso é mais intriga de sindicato de gráfica.
quem é envolvido com o ramo sabe da qualidade do serviço da Santa Marta.

Anônimo disse...

Quem é do ramo gráfico sabe e não questiona a qualidade dos serviços da Santa Marta.
O problema não é esse !
Houve licitação local ?
Quem participou ?
Temos, sim, gráficas tão qualificadas como a Santa Marta, como a Alves, a Supercores, a Sagrada Famíliaque poderiam orçar e até abiscoitar esse serviço dos Kits.

Anônimo disse...

Volto a comentar este caaso para esclarecer alguns pontos que muitos parecem não conhecer.
O Estado por força Legal (Decreto Estadual nº 967 de14 de maio de 2008) só pode licitar estes produtos do Kit por pregão Eletrônico.
Portanto não existe a possibilidade de se fazer uma licitação só para o Estado, ou seja, neste caso totas as empresas naconais poderiam participar.
O que houve e está claro foi a burla da licitação que é crime previsto na Lei 8666 com pena de prisão.
Só resta ao MP federal investigar para saber se há recurso do Governo Federal e instaurar o devido processo. Quanto ao MP Estadual estamos aguardando se acorda agora ou quando o escandalo se tornar nacional.