Entre tantas coisas estranhas e nebulosas na produção desse kit escolar, uma chama atenção.
É um detalhe, mas chama atenção justamente por esse detalhe.
Em todas as notícias disponíveis no site de Agência Pará, nenhuma delas – nenhuma delas – menciona cifras.
Clique aqui, veja as matérias que mencionam o kit escolar e leia cada uma delas para conferir.
Governos, quaisquer governos, adoram mencionar os seus milhões.
Governos, quaisquer governos, adoram dizer que despenderam tal ou qual montante para realizar uma determinada ação.
Mesmo que sejam alguns metros cúbicos de compensado para reparar as instalações de uma escola, menciona-se quanto isso custou.
É bom que governos façam isso. Muitas vezes, os valores não são facilmente aferíveis, mas pelo menos o cidadão é apresentado a um valor.
Não é, repita-se, o que acontece com esse kit escolar.
Não se sabe quanto custou todo o jogo completo.
Fala-se em R$ 90 milhões.
Não se fala quanto custaram essas agendas.
Fala-se que custaram R$ 15 milhões.
Não se sabe por quanto foi produzida cada agenda pela Gráfica Santa Marta.
Fala-se em R$ 1 ou R$ 2 no máximo.
Se foi assim, e se o governo pagou mesmo R$ 15 milhões, então cada unidade saiu por mais de R$ 10 a unidade. Um espanto!
O blog tentou checar esses números ontem, durante toda a tarde, mas não conseguiu.
Mas soube, de fonte segura, que empresário do setor gráfico já tem em mãos os números das notas fiscais referentes às agendas.
Falta, todavia, a obtenção das próprias notas fiscais, que trarão discriminados os valores por unidade.
Em meio a essas especulações, imprecisões e omissões referentes aos custos desse kit, surge uma certeza: logo, logo, o Ministério Público será acionado para intervir.
Resta saber se há verbas federais envolvidas nesse assunto.
Se tal ocorrer, o caso se desloca para o Ministério Público Federal.
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