quinta-feira, 19 de março de 2009

Ex-PMs vão atrás de Ana Júlia

No AMAZÔNIA:

Ex-militares excluídos da Polícia Militar protestaram ontem na porta do residencial Cristalville, na avenida Transmangueirão. A intenção dos manifestantes era chamar a atenção da governadora Ana Júlia Carepa, que mora no residencial, para a situação deles. Eles cobram a anulação do ato de exclusão, que os afastou da corporação entre os anos 80 e 90. Concentrados na entrada do conjunto, os ex-militares criticaram a demora na decisão do Comando da Polícia Militar com relação ao retorno dos ex-militares à corporação, além de fazerem sérias denúncias de violência sexual sofridas pelas ex-policiais.
De acordo com os manifestantes, a exclusão dos ex-policiais foi feita de forma ilegal, já que as demissões, sustentam eles, não foram publicadas em Diário Oficial e não houve abertura de processo. 'As autoridades publicaram os nomes dos excluídos em um boletim interno e sem apontar o motivo do desligamento. Houve uma grande irregularidade, pois a exclusão sem processo não permite ao militar o direito de se defender e esses ex-militares não foram sequer submetidos ao devido processo legal', declarou o major Walber Wolgrand, presidente da Associação em Defesa dos Direitos dos Militares do Pará (ADDMIPA).
Segundo ele, no ano de 2007 o governo do Estado criou uma comissão para examinar a situação dos ex-militares e, consequentemente, o retorno dos profissionais à corporação. No entanto, no ano seguinte os ex-militares foram comunicados de que não haveria retorno à corporação. 'Até o ano de 2008 estava tudo se encaminhando de forma correta, pois a comissão já tinha conhecimento da situação dos policiais. O problema é que agora estão tentando vetar o retorno dos excluídos', contou Wolgrand.
Violência sexual - De acordo com os ex-militares, o retorno dos excluídos não é de interesse da Polícia Militar. 'Tem oficial que teme pelo nosso retorno, pois os excluídos são testemunhas de uma série de irregularidades ocorridas na corporação', afirmou um dos ex-militares, que não se identificou. Segundo ele, entre as irregularidades praticadas pelos oficiais constam assédio moral, abuso de poder e até mesmo violência sexual praticada contra as ex-policiais. 'Muitas das mulheres que fizeram parte da corporação na época foram violentadas sexualmente pelos próprios superiores. Não iríamos inventar uma história tão séria como esta, tanto que temos gravado em vídeo o depoimento dessas mulheres', denunciou.
Muito nervosa, uma das ex-militares confirmou ter sido violentada por um capitão da corporação que hoje é tenente coronel da Polícia Militar. 'Minha vida virou um inferno, pois ele me assediava durante o curso de formação, que era na corporação de Mosqueiro. Como percebeu que não conseguiria nada comigo resolveu usar da violência e me estuprou', contou a ex-policial, que revela o medo que sente ao comentar o assunto. 'Na época ele me ameaçava e eu temia muito, pois precisava do emprego. Apesar de saber que hoje não é mais meu superior, confesso que tenho medo de comentar o assunto. Foram os piores momentos de minha vida', contou a ex-militar.
Ainda segundo ela, as outras mulheres que passaram pela mesma situação denunciaram o capitão à direção da PM, que o transferiu para Belém. 'Não pegou nada contra ele, muito pelo contrário, ele foi promovido e hoje é tenente coronel da PM. Meu sonho de fazer carreira na polícia já não será possível, mas resolvi tornar o episódio público para que isso não volte a acontecer com outras mulheres'.
Corregedoria - De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar do Pará, o retorno dos excluídos não depende apenas do comando da PM, já que foi criada pela governadora do Estado uma comissão formada por vários órgãos que está avaliando o caso de cada um dos ex-militares. Quanto às denúncias de violência sexual a assessoria informou que qualquer denúncia tem que ser feita junto à Corregedoria da PM.

8 comentários:

Anônimo disse...

Ana faça uma boa ação, já que estão fora do corporação, deixe ficar assim, não estamos sentindo falta destas pessoas.

làm duoc digamet disse...

caros leitores,

A questão dos ex-militares não é de caráter moral.

Sejam eles boas ou más pessoas creio que deveriam ter o direito de ser submetidos ao devido processo legal. Em lugar nenhum do Brasil, após a CF de 88, nenhum servidor público ou militar deveria ser excluído ou demitido do cargo público sem o direito de defesa, concedido no decorrer do processo administrativo.

Os ex-militares foram vítimas de ilegalidades (atos nulos de pleno direito).

A Administração errou e, pelo que parece, não quer reconhecer.

Limitam-se a dizer que o pedido dos postulantes PRESCREVEU. Esse é mais um absurdo. Ato nulo de pleno direito não prescreve no âmbito administrativo, pois a autoridade administrativa tem o PODER DE AUTOTUTELA para anulá-lo a qualquer tempo. A Administração deve agir de ofício, pois não precisa sequer do pedido para cumprir a lei.

Este Estado é ou não terra de direitos?

Se alguém demonstrar que este raciocínio está errado, imediatamente, abandonarei a causa.

Major Walber Wolgrand
Presidente da ADDMIPA

Anônimo disse...

DEIXEM OS EX MILITARES VOLTAREM. COMO CIDADÃ ACREDITO QUE NÃO HAVERÁ PONTO NEGATIVO, AO CONTRÁRIO, IMAGINE QUANTOS PAIS DE FAMÍLIA NECESSITAM DESSE RETORNO??
QUANTO A VIOLÊNCIA...COM CERTEZA O ÍNDICE IRÁ DIMINUIR CONSIDERAVELMENTE. E JÁ QUE O NOSSO ESTADO É TERRA DE DIREITOS. ENTÃO CADÊ O DIREITO DELES??
ANA JÚLIA ACREDITO EM VOCÊ!!

Vereadora Vanessa disse...

Acredito na justiça Divina e na justiça dos homens, como todos falam cada caso é um caso, não seria hora de rever todos os casos, pois sei que o trabalho dignifica o homem e muito disso faria muitas fmilias felizes. Governadora e autoridades revejam esse ato, não expurguem quem voces nunca ouviram, deem motivos para ogulharmo-nos da nossa justiça.

Anônimo disse...

Todos precisam de um lugar ao sol, os ex-militares tambem,Governadora reveja toda essa situação de quem nunca foi ouvido, faça valer o orgulho que temos de ser paraense, terra comandada por uma mulher, seja sensivel aos anseios dos ex-militares, não podemos julgar sem ouvi-los, cada caso é um caso e é necessario que tenhamos justiça nesse estado.

Anônimo disse...

Acho que essa luta não pode ser em vão, todos temos direito de ser julgados mas não condenados sem antes de termos uma defesa seria considerando nossos grandes juristas paraenses, e por ser do norte tenho orgulho da minha gente, honesta, trabalhadora e conciente dos seus atos.

luiz henrique disse...

meu nome é Luiz henrique Alcantara, sou formado em pedagogia pela UFPa, estou concluindo meu curso de História no final deste ano pela FACETE, sou lider comunitario, etc. Fui excluido da Policia pelo cel. LAMEIRA,no ano 2000,mesmo tendo ganho o conselho d discplina por 3x 0, onde foi alegado perseguição dos oficiais subordinados ao supracitado cel.tirei 5 certidoes negativas em todas as esferas federal,estadual e municipal, todas deram negativas, nao devo a sociedade, mas porem nao servir aos olhos do estado para servir a briosa policia militar do Pará, e a justiça e os nossos direito d ampla defesa q nao foram respeitados. governadora faça justiça q seus antecesores nao fizeram, e eu tenho certezaque a senhora terá a gratidao eterna de todos essses ex-policiais militares e de todos esses familiares. afinal, fazendo uma simples conta, cada policial tem 5 familiares que votam, multiplicando por 1.500 ex-policiais, na verdade é uma soma consideravel d voto em uma eleição, pra governador(a) ou deputados. além de se fazer justiça social com todas essas pessoas que tiveram seus direitos desrespeitados. obrigado.

MARCELO disse...

No dia 15/02/2007, a ADDMIPA criou um novo corpo. Em nome da nova Coordenação da associação gostaria de externar ao Cidadão Wolgrand, o nosso sentimento de justiça. Estou envergonhado com tanta denuncia e irregularidade apresentado no blog da ADDMIPA. O Coronel Vieira e o Coronel Lameiro se beneficiaram de várias situações. O Promotor Militar deveria tomar todas essas denuncias apresentadas pela ADDMIPA e investigar além do MP. A ADDMIPA estar de volta?