quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Protesto contra a CTBel

No AMAZÔNIA:

Moradores do Jurunas protestaram ontem de manhã contra a falta de transporte coletivo no bairro. Eles atearam fogo em pneus e obstruíram parte da avenida Roberto Camelier, após a Companhia de Transportes de Belém (CTBel) ter apreendido uma kombi que fazia transporte alternativo no local. De acordo com o morador Luiz Henrique Ferreira, os perueiros são a única solução para a população se locomover para o centro da cidade, já que os ônibus só passam de três em três horas.
A segurança também preocupa os moradores do Jurunas. Por causa da demora dos ônibus, muitos deles já foram vítimas de assalto. 'Eu já fui assaltado várias vezes. O povo do Jurunas corre risco todos os dias nas paradas de ônibus', informou Luiz Henrique Ferreira.
O perueiro Raimundo Ferreira disse que existem duas cooperativas de transporte alternativo no bairro e que, inclusive, já chegou a mandar o projeto delas para a Ctbel. Mas não obteve sucesso. 'Essas cooperativas são importantes, pois elas tem um adesivo próprio, os veículos estão em boas condições e o mais importante: se acontecer algum problema, as pessoas sabem quem procurar. O maior problema é que a Ctbel só apreende os veículos das cooperativas, os que não tem a mínima condição de tráfego continuam circulando pela cidade. Nós, que somos organizados, ficamos no prejuízo', explicou.
Raimundo Ferreira contou ainda que os agentes da Ctbel tratam os perueiros com 'brutalidade' em todas as apreensões de veículos. 'Eles estão sempre acompanhados da Divisão de Investigações e Operações Especiais(DIOE) e da Polícia Militar. Até bateram no rapaz que teve a Kombi apreendida. Nós temos um vídeo que prova isso. Ctbel não é polícia. Esses agentes têm que entender que a população está indignada porque não tem direito de ‘ir e vir’', disse o perueiro.
O comandante da 4º Zpol, major Brasil, disse que os policiais não agiram com brutalidade. 'Nós apenas recebemos a ocorrência e fomos averiguar o que tinha acontecido. Fomos desobstruir a rua', explicou.
Após muito tumulto, três moradores seguiram para a CTBel, onde foram recebidos pelo diretor de transporte da companhia, Walter Campos.
Antes de entrar no local, Carlos Santos, que também mora no Jurunas, estava indignado porque, mesmo após duas horas de espera na parada de ônibus, nenhum veículo parou para ele. ' É um desrespeito', ressaltou.
Durante a reunião, foram apresentados os principais problemas como a falta de ônibus e a não regularização dos perueiros. O diretor de transportes informou que será feita uma vistoria para verificar as necessidades do moradores do Jurunas. 'Nos comprometemos realizar um monitoramento volante das linhas, e caso haja a necessidade de aumento da frota vamos informar ás empresas de transporte. Sobre as peruas, não podemos fazer nada já que não é permitido, pela Lei Orgânica do município de Belém, transferir o serviço de uma empresa de transporte para uma cooperativa', afirmou.

Nenhum comentário: