Algumas das melhores frases do ano que foram destaque aqui no Espaço Aberto:
“A bandidagem avança e o desrespeito às instituições, que mostra o ponto de degradação a que chegamos, eleva-se a mais não poder.”
De um Anônimo, comentando no blog o assassinato do médico Salvador Nahmias.
“Acho que deveríamos parar de pagar impostos, pois nem segurança o Estado nos dá. Cadê o pessoal de Direitos Humanos? Será que deram apoio a essas famílias que perderam seus esteios?”
Do leitor Ney Figueira, idem.
“E assim caminha a escalada de violência sem fim nesta cidade. Esta cidade que um dia já se chamou Belém, onde outrora as pessoas botavam as cadeiras da sala na calçada para apreciar o entardecer.”
Do leitor Carlos Barreto, idem, idem.
“Quando o crime nos assalta, ele vem e mata os cidadãos. Quando nós, cidadãos, fugimos às nossas responsabilidades e regras do dia-a-dia, matamos a cidadania.”
Do leitor Luiz Neto, idem, idem, idem.
“Foi uma briga de namorados, mas a briga com o PMDB está mantida.”
Cláudio Puty (ao lado), chefe da Casa Civil do governo do Estado, em declarações ao Diário do Pará, num extravasamento claro de seus alívios depois da eleição da nova Mesa da Assembléia, em que a governadora Ana Júlia perdeu de goleada.
“Dois mais dois, igual a cinco”
Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, curto e esclarecedor ao resumir a fusão entre Itaú e Unibanco.
“Eu não jogo como Dunga, absolutamente. Dunga batia, eu não, eu esquivava deles.”
Diego Maradona, novo treinador da Seleção Argentina, contestando ironicamente a pergunta de um brasileiro sobre semelhanças de estilo entre os dois ex-jogadores que se tornaram técnicos dos selecionados de seus países.
“Não, não sou. Agora tá cheio de mulher querendo casar comigo.”
Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo e candidato à reeleição pelo DEM, reagindo às insinuações da campanha de Marta Suplicy (PT) de que seria homossexual só porque é solteiro e não tem filhos.
“Que crise? Vai perguntar para o Bush.”
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser perguntado sobre a crise que derrubou as bolsas, levando a Bovespa a registrar a maior queda desde setembro de 2001.
“Tchê, tenho péssimas notícias."
Luiz Fernando Corrêa, diretor-geral da Polícia Federal, ao comunicar ao delegado Romero Menezes, o nº 2 da PF, que ele estava preso por determinação do juiz federal Anselmo Gonçalves da Silva, da 1ª Vara da Seção Judiciária do Amapá.
“Eu durmo direito, tranqüilo. Mato e vou embora dormir.”
Fernando Ramos Quaresma, o “Fernandinho”, 18 anos, justiceiro que confessou ter matado de nove a 13 pessoas desde fevereiro deste ano até agora, ao ser preso quando se preparava para liquida mais dois.
“Talvez seja por isso que a cidade vai ‘Di’ mal a pior.”
De Francisco Sidou, jornalista, ao comentar em carta publicada em O LIBERAL as mazelas de Salinas sob a administração Di Gomes.
Um comentário:
Oi Paulo,
Não obstante a ampliação do campo de atuação dos movimentos de direitos humanos, que hoje não ficam restritos apenas às violações praticadas pelos agentes do estado, ainda há os que, equivocadamente e de forma pejorativa, acusam os defensores de direitos humanos de protegerem bandidos (sic).
É verdade que nosso trabalho deve voltar-se contra os abusos cometidos por agentes do estado. A execução de um suspeito por um policial, por exemplo, constitui uma violação aos direitos humanos e corre sério risco de ficar impune. Diferente da morte de um policial por um criminoso, que deve deflagrar, por parte do estado, todo esforço necessário para prender o culpado.
Todavia, diferente do Ney Figueira, que questionou se o pessoal dos direitos humanos deu apoio aos que perderam seus esteios, quero ressaltar que acompanhamos as vítimas da violência sim. Ou para esse leitor a menina Marielma (violentada e morta) não foi uma vítima? E a Irmã Dorothy não foi vítima dos criminosos que tomam de assalto nossa Amazônia? E o publicitário Gustavo Russo? E os meninos da Ceasa? E as garotinhas que foram mortas na mata da Yamada? E as mulheres vítimas de violência? Esses e tantos outros nós acompanhamos Sr. Ney. Como também nos solidarizamos com a família do médico Salvador, inclusive abrindo as partas da OAB.
É inconcebível que ainda hoje haja pessoas que desconhecem o trabalho dos defensores de direitos humanos, se pegando a clichês ultrapassados.
Agora, uma coisa é certa: a defesa dos direitos humanos implica também na defesa dos bandidos sim, como de qualquer outro cidadão, mas não por serem bandidos, mas sim indivíduos com direitos legais.
Se o pior criminoso for tratado conforme a lei, todos nós teremos a certeza dos nossos direitos. O tratamento que um estado confere aos criminosos é um termômetro do cumprimento da lei e do trato que esse mesmo estado dispensa aos seus cidadãos em geral.
Mary Cohen – Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/PA
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