Família e amigos de Nahmias promovem ato pela paz

No AMAZÔNIA:

Neste domingo, 21, cerca de duas mil pessoas devem participar de uma caminhada pela paz com o tema 'Sim à vida. Não à violência'. A concentração será às 8h30, em frente ao Theatro da Paz e os manifestantes saem em direção à Basílica Santuário de Nazaré, onde será celebrada uma missa, presidida pelo arcebispo de Belém, Dom Orani João Tempesta. Na passeata, os participantes vão usar roupas e bandeiras brancas.
A iniciativa partiu de familiares e amigos do médico Salvador Nahmias, assassinado no dia 12 deste mês, em Belém, após uma tentativa de assalto, e de representantes do Conselho Regional de Medicina, da Sociedade Paraense de Cardiologia e médicos associados a um plano de saúde privado. Eles foram recebidos pela presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), Angela Sales, e pediram apoio da instituição na cobrança de soluções eficazes contra a violência no Estado.
Os médicos falaram sobre a insegurança e a falta de ações do governo estadual, após casos de assassinatos decorrentes de assaltos, do tipo 'saidinha', para o qual apontam as suspeitas para a morte do cardiologista. No início da tarde do dia 12, Nahmias sacou R$ 22 mil de uma agência localizada na avenida Nazaré e foi seguido por dois homens armados, ambos de capacetes, em uma motocicleta sem identificação. Ele não entregou o dinheiro e foi baleado na perna, ao final da rua Riachuelo, esquina com a travessa Padre Eutíquio, no bairro do Comércio.
A Sociedade Paraense de Cardiologia está preocupada com o suposto aliciamento de funcionários de bancos por quadrilhas responsáveis em aplicar esse tipo de golpe e defendeu a proibição do uso de celulares dentro das agências para maior controle das informações repassadas sobre os clientes. 'Eles sabem a quantia que estamos sacando e revelam por um telefonema. Nós não podemos ficar à mercê do problema. Pode ser difícil para a população compreender no início, mas será gradativo', disse o diretor da sociedade, Alberto Mauro. 'Depois da morte do Salvador alguém viu alguma blitz nas ruas? Alguma fiscalização das motos?', questionou o médico Paulo Azevedo sobre o tráfego de motocicletas sem placas ou com a numeração encoberta.
Na reunião foi sugerido o reforço da segurança policial na cidade principalmente nos fins de semana. 'É inadmissível que às sextas-feiras, nas cercanias de agências bancárias, não tenha um policiamento ostensivo, já que a polícia sabe que esses lugares são focos de assalto. Em um momento como este não podemos falar em planos apenas a longo prazo, é necessário que o Executivo perceba a necessidade concreta de colocar mais policiais nas ruas, tirar o contingente dos serviços burocráticos', afirmou Angela Sales, que prometeu enviar a ata da reunião exigindo uma resolução rápida para o problema, 'sob pena de ingressar com uma ação de responsabilidade'.
'Queremos uma solução urgente, pois não podemos ficar orando e esperando a próxima vítima', disse Joaquim Ramos, do Conselho Regional de Medicina.