quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Rodoviários fazem protesto

No AMAZÔNIA:

No final da tarde de ontem cerca de 50 rodoviários saíram às ruas do bairro do Marco para protestar contra a violência, principalmente os assaltos a ônibus na Região Metropolitana de Belém e no interior do Estado. Segundo os rodoviários, são registrados pelo menos 20 assaltos, todos os dias, entre os 1.900 ônibus que circulam entre Belém e Marituba, fazendo vítimas motoristas, cobradores e passageiros. Os rodoviários denunciaram que continuam sendo obrigados a pagar para as empresas o dinheiro roubado em assaltos.
Os manifestantes saíram em caminhada pela avenida Duque de Caxias, passaram pela travessa Humaitá e chegaram à avenida Almirante Barroso, da qual ocuparam as duas pistas no sentido São Brás.
Motoristas e cobradores usaram três carros particulares para fechar as pistas e um carro-som para chamar a atenção da população de Belém e das autoridades contra a violência.
Os rodoviários criticaram o governo do Estado, as péssimas condições dos ônibus urbanos e intermunicipais, além das negociações para aumento da tarifa urbana entre os empresários e a prefeitura de Belém. O protesto foi acompanhado por uma guarnição da Polícia Militar.
Ameaça - A diretoria do Sindicato dos Rodoviários de Ananindeua (Sintram) corre risco de ser destituída em janeiro de 2009. Perícia contábil determinada pela juíza titular da 1ª Vara do Trabalho de Ananindeua, Vanilza de Souza Malcher, apontou irregularidades da diretoria do sindicato cometidas desde 2005. Na sentença da juíza, expedida ontem de manhã, ela determinou que a categoria fizesse uma assembléia geral para decidir o rumo do sindicato.
O caso chegou à Justiça do Trabalho por meio de uma ação proposta pela oposição do Sintram, há quase um ano. Após várias audiências e a perícia feita por Rosalinda Damasceno Monteiro, contadora nomeada para o serviço, foram constatadas diversas irregularidades. Depois de seis visitas ao sindicato e ao analisar documentos apresentados pela diretoria do Sintram, relativos ao período de julho de 2005 a dezembro de 2007, a contadora detectou uma diferença de mais ou menos R$ 190 mil nas contas do Sintram, cujo destino não foi explicado.
'Constatei deficiências em relação aos controles e informações das legislações contábeis, fiscais e trabalhistas, como faltas dos livros obrigatórios para entidades sem fins lucrativos, demonstrativos obrigatórios para o fisco federal e municipal, Livro Diário, Livro Caixa, Declaração de Imposto de Renda, Livro Registro de Empregados e GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS)', informa o laudo, anexado ao processo.
Diante da falta de informações, Rosalinda não soube precisar a despesa fixa mensal do sindicato. Até o número de afiliados é incerto. Estima-se que seja próximo de 1.400. Além disso, na análise pericial foram encontradas cópias de notas fiscais em duplicidade, que foram devidamente anexadas nos autos do processo. 'Há uma série de irregularidades que ferem o estatuto da categoria. Para piorar, há quatro anos não temos uma prestação de contas do que entra no sindicato', diz Joaquim Oliveira de Sousa, componente do grupo de oposição do sindicato.
A assembléia geral está marcada para o dia 14 de janeiro, no Casarão da BR-316, em dois turnos: 9 e 17 horas. 'Apresentando para a categoria tantas coisas erradas feitas pela atual gestão, com certeza vai todo mundo optar para que haja uma nova eleição', diz o rodoviário Orlando Ruy Lobato, endossado pelos rodoviários Josafá Alves, Francisco Xavier, Reginaldo Sousa, Edemilson Carlos, Reginaldo 'Sócio' e Haroldo Cláudio, todos oponentes da autal gestão do Sintram.

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