domingo, 14 de dezembro de 2008

'Bullying' ameaça estudantes

No AMAZÔNIA:

A violência nas escolas não se manifesta apenas com brigas explícitas entre alunos de instituições rivais. Ela também ocorre dentro da sala de aula, seja por agressões verbais entre estudantes, discriminações por parte de grupos, agressões físicas, ameaças, danos ao patrimônio ou até roubo. Essas práticas, muitas vezes consideradas inofensivas e 'coisas de crianças e adolescentes', são denominadas por especialistas da educação como 'bullying' (intimidação por atitudes agressivas) e são mais comuns do que se pode imaginar.
Em alguns casos, um comentário maldoso pode até gerar morte entre estudantes. Na tarde de 15 de junho deste ano, Edilene dos Santos Gonçalves, de 18 anos, matou a facadas a colega de classe Soraya Barbosa Marinho, de 15 anos, após dizer que a vítima precisava de um alisante de cabelo. O crime ocorreu na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Renato Pinheiro Conduru, em Val-de-Cães. Ambas já mantinham anteriormente uma rivalidade gratuita.
O estudante do Paes de Carvalho Benedito Nunes, de 18 anos, afirma que raramente acontecem brigas dentro do colégio, mas não nega que ocorram atritos por causa de namorados e garotas ou rixas pessoais entre os alunos. A rivalidade maior é com os estudantes do Instituto de Educação do Pará (IEP), da avenida Serzedelo Correa. 'Essas brigas acontecem com o pessoal de fora. Aqui dentro da escola quase todo mundo é amigo. Aqui a gente tenta ser amigo', revelou Benedito. Ele teme encontrar alunos do IEP porque sabe da violência com a qual costumam agir os que estudam lá. 'Já até ameaçam entrar no Paes de Carvalho. E alguns não têm pena mesmo', comentou o jovem, que espera ter mais segurança.
O amigo de Benedito, Leonardo da Costa Filho, de 19 anos, fala que existe na escola os que são considerados 'valentões', os que se metem em briga e colocam medo nos demais colegas. 'Eles ficam concentrados na praça (Felipe Patroni) e vem o pessoal de outra escola e começa a ‘porrada’. Aqui todo mundo tenta ser amigo. Vai de cada pessoa. Eu procuro não me envolver com eles. Faço só as minhas obrigações', se explicou Leonardo, que também afirma nunca ter entrado com faca na escola para intimidar alguém. Falar sobre possíveis ameaças, humilhações e outras atitudes violentas é difícil para os estudantes que preferem calar-se a comentar qualquer coisa.
A direção do Paes de Carvalho não foi encontrada pela reportagem para falar sobre o tema.

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