No AMAZÔNIA:
A temporada 2008 está terminando sem deixar saudades à torcida do Remo. O ano foi um dos piores da história centenária do clube. O Leão amargou o maior vexame de sua trajetória no futebol: a eliminação da equipe na Série C do Brasileiro. O desastre deixou os remistas na incerteza quanto à participação do time no Nacional do ano que vem. Para assegurar uma vaga na recém-criada Série D, equivalente à Quarta Divisão, o bicampeão estadual terá de conquistar o tricampeonato ou ficar em terceiro lugar, desde que Paysandu e Águia ocupem as duas primeiras colocações na competição local.
O ano até que começou de forma positiva para os azulinos, embora a equipe tenha amargado alguns tropeços diante de equipes menores. Os resultados decretaram a queda do técnico Bagé, que foi substituído por Artur Oliveira. A troca de treinador foi acompanhada pela dispensa em massa de jogadores que haviam sido indicados pelo ex-treinador. Entre os atletas afastados estavam Ânderson Sefrin, Zé Luiz, Gustavo, Roni, Marcelo Troisi, Júnior Negrão, Thiago, Batata, Castiano e alguns outros.
Sob o comando de Artur, o Leão iniciou a caminhada rumo ao título. Logo na estréia, uma vitória sobre o Paysandu. Em seguida, vieram o empate com o Vila Rica e a derrota para o Águia. Em seus dois últimos jogos do primeiro turno, o Leão derrotou a Tuna Luso e caiu frente ao Ananindeua. O Leão somou onze pontos, ficando na 7ª colocação na classificação da primeira fase. A pontuação não foi suficiente para colocar o time nas finais Taça Cidade de Belém, que teve o Águia como campeão.
No segundo turno, já contando com a contratação do atacante Maurício e com o retorno do meia Ratinho, além de outros reforços, o Leão virou o jogo e faturou a Taça Estado do Pará, com 22 pontos. No segundo e terceiro clássicos contra o maior rival, duas novas vitórias azulinas. E, na decisão do título, um empate e uma vitória sofridos sobre o Águia de Marabá, que, com o vice-campeonato, conquistou vaga para representar o Pará na Terceirona.
A decepção da torcida remista estava por vir. Após uma campanha regular na primeira fase, garantindo sua classificação à segunda etapa, o Leão acabou ficando pelo meio do caminho. A equipe alternou bons e maus momentos. O grande feito foi a vitória fora de casa diante do Luverdense/MS, que, no jogo de volta, arrancou um empate em pleno o Mangueirão. Com as derrotas para o Holanda e para o Rio Branco, nos jogos de volta, o Leão deu adeus ao campeonato.
O clube, mais uma vez, abusou dos erros nas contratações, chegando a trazer 50 profissionais entre treinadores, auxiliares-técnicos, preparadores e, principalmente, jogadores. Isso onerou os cofres azulinos. E os salários dos atletas começaram a atrasar, o que comprometeu o desempenho do time dentro de campo.
O afastamento intempestivo do técnico Artur Oliveira do comando técnico do Remo, após o empate com o Luverdense/MT, é apontado por muitos torcedores como o responsável pela queda do time da Série C do Brasileiro. Além de ser o grande timoneiro que levou o Leão ao bicampeonato estadual, Artur fazia uma campanha satisfatória à frente da equipe, que, naquela altura, reunia boas chances de chegar ao octogonal final da competição.
Após a dispensa de Artur, que deixou o Baenão atirando contra Ribeiro e seus aliados, o presidente decidiu apostar em Luis Carlos Cruz para os dois últimos jogos da fase. Foram duas derrotas, uma em Belém, frente ao Holanda/AM, e outra no Acre, contra o Rio Branco/AC. Os resultados carimbaram a eliminação do Leão, que encerrou sua participação na competição com o rebaixamento.
Além da troca de técnico, também atrapalhou o percurso do time a contratação desenfreada de jogadores, quase todos sem a menor condição de atuar pelo clube. Salvaram-se apenas os meias Lenílson e Ratinho e ainda o atacante Maurício. Os demais só causaram prejuízos. Raimundo Ribeiro encerrou sua administração sozinho, já que seus colaboradores, insatisfeitos com a direção centralizadora do cartola, decidiram jogar a toalha e pedir para sair.
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