domingo, 21 de dezembro de 2008

Melhorias fora de campo, azar dentro

No AMAZÔNIA:

Em 2008, o Paysandu completou dois anos sem conquistar nenhum título. Pelo segundo ano consecutivo, nem a vaga para a Copa do Brasil o Papão conseguiu. Tecnicamente, foram anos ruins, mas o Bicola conseguiu algo que há muito os clubes paraenses não sabem o que é: credibilidade administrativa. Não que a Curuzu seja um mar de rosas e de organização, mas ao pagar em dia - dentro do padrão paraense, com apenas alguns dias de atraso - e com os jogadores saindo de férias sem nada por receber, o Paysandu fez as pazes com credores, possíveis parcerias e no mercado do futebol.
O ano começou muito promissor para os torcedores. O retorno do técnico Givanildo Oliveira encheu de esperanças os bicolores. E o começo do Campeonato Paraense foi arrasador: três vitórias seguidas com um time que contava com o meia Luiz Mário no meio-de-campo e com revelações como Fabrício e Rafael Oliveira. Tudo ia bem até o confronto com o Clube do Remo. O rival tinha acabado de trocar de técnico e vinha de duas derrotas para times pequenos. Mas, no Re x Pa deu Leão. E o Papão passou mais um ano sem vitória bicolor em clássicos. Daí em diante, o time não se acertou mais.
Mas a pior perda do clube veio em abril. No dia 25, o presidente Miguel Pinho morreu de falha múltipla dos órgãos, causada por um câncer de fígado. Último dos dirigentes folclóricos, o Conde foi quem deu o passo inicial na melhora administrativa do clube. Com ele, várias pessoas resolveram ajudar o clube. Uma comissão de obras foi criada e bancou a ampliação de um dos lances de arquibancada da Curuzu. 'Exímio cobrador de pênaltis', Pinho foi substituído por Leonan Cruz e, posteriormente, por Luiz Omar Pinheiro, eleito em novembro.
A participação na Série C do Campeonato Brasileiro também foi recheada de expectativas. O carioca Dário Lourenço foi contratado e trouxe com ele alguns jogadores do Bacabal/AM. A maioria não deu certo. As exceções foram o goleiro Ewerton e o lateral-direito Boiadeiro. Este foi o mais próximo que se chegou de ídolo dentro da Curuzu neste ano. O meia Fabrício jogou muito mais bola e foi a principal revelação do ano no futebol paraense, mas ele nunca teve chama para ser uma referência por causa do temperamento.
A venda de Fabrício para o futebol turco não teve como conseqüência apenas a desarticulação do time, que ficou sem seu artilheiro e único meia lúcido, mas também gerou o único princípio de crise interna no ano. Alguns dirigentes questionaram os R$ 400 mil da venda, alegando que o valor foi bem maior. Não conseguiram provar e o assunto foi abafado.
Terminada a temporada, o técnico Edson Gaúcho foi contratado para pôr a ordem na casa. Com fama de durão e disciplinador, ele tem histórico de acesso na carreira e já começou a indicar nomes a serem contratados. Alguns já se apresentaram na Curuzu.

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