terça-feira, 15 de julho de 2008

Lobista do grupo de Dantas se entrega à polícia em SP

Na FOLHA DE S.PAULO:

O lobista Humberto Braz se entregou na tarde de domingo à Polícia Federal em São Paulo e foi transferido ontem para o CDP 2 (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos. Investigado pela PF pelo crime de suborno, Braz estava foragido desde o último dia 8.
Junto com Hugo Chicaroni, Braz é acusado pela PF de tentar subornar policiais para que o banqueiro Daniel Dantas e familiares dele não fossem investigados durante a Operação Satiagraha. Os dois teriam oferecido US$ 1 milhão para que delegados retirassem o nome de Dantas da investigação policial.
O primeiro contato da suposta quadrilha com policiais foi feito por Braz, conforme relatório da PF. Com autorização judicial, os delegados filmaram dois encontros na churrascaria El Tranvía, no centro de São Paulo, em que receberam a proposta de suborno.
Na primeira ocasião, em 18 de junho, Chicaroni vai sozinho ao encontro com os delegados Victor Hugo Alves Ferreira e Protógenes de Queiroz. De acordo com o relatório policial, Chicaroni teria dito que Braz já tinha o aval de Dantas para liberar US$ 500 mil aos policiais.
No encontro seguinte, em 22 de junho, Braz apareceu. O delegado passou então a encenar que precisava mais do que US$ 500 mil. Braz indicou que o valor seria de US$ 1 milhão, a ser pago em duas parcelas.
O advogado Renato de Morais, que defende Braz, confirmou que o cliente decidiu se entregar. De acordo com Morais, o suspeito foi levado ao presídio em Guarulhos por ter tido a prisão preventiva decretada pela Justiça.
Dos 24 detidos pela Operação Satiagraha, só dois ainda estão presos. Chicaroni está na sede da PF em São Paulo.

Perfil
Braz ocupava o cargo de diretor corporativo da Brasil Telecom na época da gestão do grupo Opportunity. Devido à proximidade com Dantas, era visto pelos investigadores como o braço direito do banqueiro. A defesa nega essa tese.
Segundo a PF, ele faria parte do "escalão especial diretamente ligado a Daniel Dantas", que é composto de três pessoas de "real importância para a organização" devido a contatos e participação em acordos, em especial a unificação da Brasil Telecom com a Oi.

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