terça-feira, 15 de julho de 2008

Grávidas temem parto na Santa Casa

Na FOLHA DE S.PAULO:

Grávidas que dependem do atendimento da Santa Casa de Misericórdia do Pará estão apreensivas com o número de bebês mortos no hospital nos últimos meses. Assustada, a dona-de-casa Ana Cláudia Brito, 32 anos, que está no quinto mês de gestação e faz pré-natal na Santa Casa, decidiu que não terá o bebê no hospital. 'Minha gravidez é de risco e devo ser operada, por isso optei por fazer a cirurgia na Beneficente Portuguesa', informou. A primeira filha de Ana Cláudia, Ana Clara, de um ano e cinco meses, nasceu prematura na Santa Casa. 'Tive eclampsia (alta pressão arterial com risco de morte para a mãe e o bebê) e fui trazida para cá às pressas. Minha filha nasceu com oito meses e precisou ficar internada', contou ela, que, no entanto, não reclama do atendimento que receberam no hospital na época.
A situação da dona-de-casa Ângela Maria de Souza, 28 anos, foi diferente. Ela começou o pré-natal em um posto de saúde no bairro da Guanabara, em Ananindeua, onde mora, e no quinto mês de gestação passou a ter complicações. 'Fui encaminhada para a Santa Casa e, após dois meses, tive minha filha, Yari', contou. Prematura, a menina passou um mês internada no berçário da Santa Casa, período que a mãe tem muitas queixas. 'Durante o tempo em que minha filha ficou internada tive muitos aborrecimentos. À noite, tinha apenas três enfermeiros para atender todos os bebês e todo dia, quando chegava para ver a Yari, ela estava suja ou molhada de xixi. Eu mesmo cheguei a trocar fraldas de outros bebês no berçário', reclamou Ângela, que por ter outro filho pequeno não podia passar as noites com a filha no hospital.
Segundo ela, nesse período, vários bebês que estavam no berçário apenas para ganhar peso foram transferidos para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal com pneumonia. 'Acho que, por ficarem muito tempo com as fraldas molhadas de xixi, em um local com ar condicionado, os bebês acabavam ficando doentes', acredita Ângela, que viu duas amigas perderem os filhos, recém-nascidos na Santa Casa, onde bebês em situação de risco chegam a dividir uma incubadora. 'Infelizmente vocês (da Imprensa) não podem entrar, mas tem muita coisa errada acontecendo aí dentro', denunciou a dona de casa, que conversou com a reportagem na calçada, do lado de fora, já que a Imprensa está impedida de entrar no hospital.

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