Na FOLHA DE S.PAULO:
O juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Fausto Martin De Sanctis, responsável pelas ordens de prisão contra o banqueiro Daniel Dantas, afirmou ontem que jamais autorizou algum tipo de monitoração do gabinete do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. "Isso é totalmente inverídico", disse.
Em decisões polêmicas, Mendes anulou as duas detenções decretadas pelo juiz.
Segundo o Painel de ontem, Mendes foi avisado por uma desembargadora do Tribunal Regional Federal de São Paulo de que a Polícia Federal o teria monitorado a pedido de Sanctis. A polícia teria em mãos um vídeo com imagens gravadas no STF em que assessores da presidência conversam com advogados de Dantas.
"Jamais foi proferida decisão emanada deste juízo autorizando o monitoramento de pessoas com prerrogativa de foro, como veiculado na matéria jornalística", informou o juiz federal em nota.
Sanctis afirmou ter questionado ontem o delegado da PF Protógenes Queiroz, responsável pela condução da investigação contra Dantas, sobre a informação publicada na Folha.
Segundo o juiz, o policial disse que a informação não é verdadeira e que todos os dados apresentados em juízo têm como origem unicamente o monitoramento de telefonemas e e-mails autorizados por ele.
Na nota, Sanctis acrescentou que, se identificado qualquer desvio de conduta por parte da PF, ele "certamente adotará medidas competentes".
Sanctis é juiz de primeira instância e pertence a uma vara especializada em crimes financeiros. Entre advogados, é conhecido por manter uma posição "duríssima" no combate à criminalidade.
Pessoas próximas a Sanctis dizem que Gilmar Mendes tenta prejudicá-lo e intimidá-lo por conta de decisões que contrariam interesses de Dantas e do grupo Opportunity.
"A informação veiculada, totalmente inverídica, somente serviu para, mais uma vez, tentar desqualificar as ações da Justiça Federal, notadamente, deste magistrado, que tenta cumprir sua função pública de maneira equilibrada, ponderada e pautada pelos princípios norteadores do legítimo Estado de Direito", afirmou o juiz federal de São Paulo.
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