segunda-feira, 19 de maio de 2008

Paysandu perde na Curuzu e técnico pede demissão

No AMAZÔNIA:

O técnico Édson Boaro não resistiu à segunda derrota seguida do Paysandu e, ontem, após o tropeço diante do Ananindeua , por 3 a 1, entregou o cargo à diretoria no vestiário do time, na Curuzu. Antes de tomar a decisão, o treinador se reuniu com os demais membros da comissão técnica e, um pouco depois, com os dirigentes. Boaro alegou que não tinha mais clima para continuar à frente da equipe, que segundo ele, precisa de mudança, 'nem que seja apenas no comando técnico'. O assessor da presidência Rui Sales informou que somente hoje, com o retorno do presidente Luiz Omar Pinheiro, que estava no interior do estado ontem, o clube definirá o novo treinador.
Ontem dois nomes foram especulados na Curuzu para o lugar de Boaro: Charles Guerreiro, ex-Cardoso Moreira-RJ, e Samuel Cândido, ex-Ananindeua. Mas a assessoria alvi-azul descartou logo de cara a contratação de Guerreiro, que tem lítigio com o clube. O ex-treinador admitiu, nas entrevistas, que o time não vinha rendendo o esperado sob o seu comando. 'Realmente a coisa não estava andando como eu esperava', avaliou. Contudo, ele procurou dividir a responsabilidade com os jogadores alvi-azuis pelos resultados adversos.
'O técnico tem uma parcela mínima', disse. 'Tem de acontecer uma mudança na postura dos jogadores. São eles que decidem tudo dentro de campo', completou. Boaro assegurou que não existe divisão dentro entre 'medalhões' e jogadores mais jovens dentro do elenco bicolor. 'Não há esse tipo de problemas. Muito ao contrário, os jogadores mais experientes procuram auxiliar aqueles que estão começando agora', declarou.
Boaro, segundo um dirigente, não conseguiu segurar a pressão de comandar um time de massa, como o Paysandu, onde as cobranças são grandes. 'Por isso ele pediu para sair', contou o cartola, que pediu anonimato. De sua parte, o treinador afirmou que teve dificuldades por ter chegado ao clube quando o elenco já estava formado e o campeonato em andamento. 'Dentro dessa situação fica sempre muito complicado para qualquer técnico', avaliou.
O ex-treinador alvi-azul afirmou que estava deixando a Curuzu de cabeça erguida. 'Procurei fazer o melhor. Infelizmente os resultados não aconteceram como a gente esperava', lamentou. Ele se recusou a traçar o perfil ideal de seu substituto. 'Esse é um assunto que não cabe a mim. Os dirigentes estão aí para definir o que for melhor para o clube. Só espero que o novo treinador possa ter mais sorte. De fora e de longe vou continuar torcendo por esse grupo, que teve muito respeito com o meu trabalho', concluiu.
Após o vexame de ontem, na Curuzu, existe a possibilidade de o clube afastar do elenco alguns jogadores, de acordo com uma fonte ligada à diretoria do clube, que pediu anonimato. Foi a segunda derrota seguida do Paysandu no Parazão. Semana passada, o clube já havia sido derrotado por 2 a 0 pelo Clube do Remo.
A maioria dos jogadores do Paysandu evitaram as entrevistas, deixando a Curuzu pela 'porta dos fundos', ou seja, eles trocaram a tradicional saída que dá para a rua do Chaco pelo portão da Curuzu, sem passar pela sala de imprensa. Ainda no gramado, poucos foram os atletas que se arriscaram a comentar a desastrosa atuação da equipe. 'Não dá nem para falar de uma apresentação como essa', disse o meio-campista Fabrício, enquanto tentava se desviar dos objetos atirados pelos torcedores das arquibancadas. No vestiário, Zé Augusto foi um dos que aceitaram conversar com os repórteres.

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