Os recentes acidentes fatais de barco ocorridos no Rio Amazonas e no Rio Cuiabá chamaram a atenção da opinião pública nacional para a falta de condições de segurança e conforto nas embarcações que transitam pelos rios da Amazônia Legal. Mas segundo pescadores e oficiais de náutica, acidentes de barco na Amazônia são muito comuns.
A maioria dos barcos que trafegam na região é construída de maneira tradicional, como se faz a mais de dois séculos, ou seja, sem utilizar recursos e tecnologias de engenharia naval – que na opinião de especialistas poderiam possibilitar um transporte mais rápido, seguro e eficiente.
Estudo realizado pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam) revela que há excesso de carga e passageiros nos barcos, falta limpeza e conservação (inclusive de bóias e coletes de salva-vida). Segundo a pesquisa, a alimentação servida é de péssima qualidade; e faltam informações aos passageiros sobre segurança.
De acordo com o presidente da Federação das Associações de Pescadores Profissionais do Estado do Amazonas, Ronildo Nogueira Palmeri, acidentes com pescadores (inclusive com mortes) acontecem todas as semanas, mas nem sempre é divulgado, até mesmo para a capitania dos portos. “São pessoas pobres e não se divulga. Parece que o pescador não é importante e acabando caindo no esquecimento”, lamenta o presidente da associação.
Para o engenheiro naval Carlos Daher Padovezi, do Instituto de Pesquisa e Tecnologia da Universidade de São Paulo, os acidentes de barco na Amazônia ocorrem por falha no projeto e na construção das embarcações; mas 70% das causas estão relacionadas a erros humanos.
Ele avalia que é necessário aumentar a fiscalização para cobrar mais responsabilidade dos proprietários dos barcos e de quem conduz os barcos. “Uma das possíveis soluções é evoluir na cobrança de quem tem embarcação, de quem opera e de quem transporta”, sugere Padovezi.
O presidente do Sindicato dos Oficiais de Náutica e Práticos do Estado do Pará, comandante Edson Lima, denuncia que os acidentes acontecem por “imprudência, imperícia e negligência”. Segundo ele, são precárias as condições de navegação e muitas embarcações são comandadas por pessoas não qualificadas.
“Essas embarcações trafegam sem a menor condições e burlam a fiscalização das capitanias. Às vezes são comandadas por pessoas que não receberam habilitação para exercer tal função”, alerta Lima. Segundo ele, além dos riscos de acidentes, passageiros e tripulantes estão expostos a roubos e assaltos. “Os ladrões têm voadeiras, lanchas e armas potentes. Eles atacam geralmente em bando de dez pessoas e a tripulação fica completamente dominada.”
Fonte: Agência Brasil
2 comentários:
Janela continua aberta,
Aquele ditado que diz que somente se coloca grade em janela já arrombada não se verifica no oeste do Pará.
Mesmo apos o naufragio do barco que saiu de Alenquer para Manaus e que vitimou 16 pessoas fez a Capitania dos Portos aumentar a fiscalização sobre essas máquinas de matar.
O mesmo dono do barco Monteiro Nunes já faz a linha Alenquer/Manaus com outro barco em piores condições que o que afundou.
Na ultima 2ª Feira saiu de Alenquer quase a pique, com duas bombas funcionando para retirar água que vazava dos porões.
Em contato com a Capitânia dos Portos de Santarém a mesma informou que nada podia fazer já que não tinha condições de enviar ninguem a Alenquer para verificar o problema.
Então a janela continua arrombada.
Anônimo,
Seu comentário é dos mais relevantes. Vou destacá-lo amanhã, terça, na ribalta.
Abs. e volte sempre.
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