quinta-feira, 7 de julho de 2022

Na Inglaterra, escândalo sexual derruba governo. No Brasil, é saudado com um estrepitoso silêncio.

Bolsonaro e Boris Jhonson: eles são bem parecidos, com a diferença de que
o britânico é inteligente. Mas sempre foi uma tragédia.

Em setembro de 2019, o Espaço Aberto escreveu numa postagem sobre Boris Johnson:

Boris Johnson, o primeiro-ministro da Inglaterra, é uma espécie de Bolsonaro da terra da Rainha.
Os dois são muito, mas muito parecidos.
Com três diferenças, porém: Johnson é inteligente (apesar de amalucado), tem experiência na vida pública e às vezes, muito raramente, é lúcido.
Mas a experiência do Johnson como primeiro-ministro britânico, convenhamos, é uma tragédia.
Um irmão dele, só pra vocês terem ideia, abandou o governo poucos dias após ser indicado ministro.

Agora, confirma-se à exaustão o que se escreveu três anos atrás: Boris Johnson, de fato, é uma tragédia.
É amalucado, imprevidente e ousado a ponto de chancelar o cometimento de ilícitos por auxiliares próximos.
Sua maluquês (como diria Raul Seixas) chegou a tal ponto que, nesta quinta (07), ele foi obrigado a dar no pé, renunciando ao cargo de primeiro-ministro depois da descoberta de um escândalo sexual com envolvimento direto de auxiliares.
Antes disso, recordem, Johnson conseguiu se segurar no cargo apesar das tormentas que desabaram sobre o governo, após denúncias investigadas e devidamente confirmadas de que o número 10 de Downing Street - prédio que serve ao mesmo tempo de residência oficial e de gabinete de trabalho dos mandatários britânicos - teve seus aprazíveis jardins transformados em palco de festas animadíssimas no auge da pandemia, quando a população era obrigada a ficar em casa, observando restrições impostas pelo próprio governo para evitar o aumento do contágio por coronavírus.
Mas o interessante é que, na Grã-Bretenha, escândalo sexual derruba mesmo um governo como o de Boris Johnson, que parecia inderrubável.
Já por aqui, um escândalo sexual como o que envolve Pedro Maluco, o assediador compulsivo que manchou a imagem da Caixa, está sendo saudado com um silêncio ensurdecedor por parte de seu amigo do peito, Jair Bolsonaro, o Intrépido, o Indomável, o Incorruptível, o Mito.
Mas governos corruptos são assim mesmo: a corrupção passa ao largo e todo mundo, até os mitos, fica fazendo cara de paisagem.

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