Petistas dizem que Alfredo Costa pode "surpreender"

Para os petistas que bem conhecem - ou conhecem como ningém - os humores de petistas, o resultado das prévias, apontando a passagem de Cláudio Puty e Alfredo Costa para o segundo turno, no dia 5 de fevereiro, mostrou que a PT Pra Valer, tendência de Waldir Ganzer, perdeu uma grande oportunidade de pacificar a  relação com a Articulação Socialista, historicamente conturbada porque a segunda foi uma dissidência da primeira tendência.
"Isso só não vai gerar problemas no segundo turno para o candidato do Campo Majoritário porque o Alfredo [Costa] é da Unidade na Luta, corrente-mãe do Campo Majoritário, contra quem, aliás, a PT Pra Valer nasceu para concorrer. E porque é questão de honra para a base e direção do CM impor uma derrota ao Puty e impedir a ascensão da DS (Democracia Socilista) a qualquer cargo de comando estratégico interno e externo", diz um petista ao Espaço Aberto.
Mas ele e outros petistas garantem que Alfredo Costa ainda vai surpreender. Ele é professor, e do ensino médio, um simbolismo importante neste momento em que o PT do Pará precisa returbinar-se e afirmar uma identidade mais próxima da militância e dos traços tidos e havidos como mais históricos da base social do partido
O perfil de Alfredo, com as devidas proporções que a comparação comporta, é o mesmo da candidatura Edmilson em 1996. E o clima é também muito parecido. "Se hoje não empolga a militância tanto como os demais nomes (leia-se os de Bordalo e Puty, que o resto eram nomes sem expressão forte), é porque a concorrência é pesada no sentido 'famosidade'. Mas, com esse perfil, vai sim mobilizar os filiados e simpatizantes. Ele tem um bom discurso, e pela esquerda, que é o que a base de Belém quer ouvir", avalia o petista.
Ele vai mais longe: "Podemos seriamente estar forjando uma nova 'Maria' de 2002, só que sem os limites óbvios que ela tinha. O Alfredo é tipo de agarrar bem as oportunidades", avalia o o petista, referindo-se à hoje prefeita de Santarém, Maria do Carmos, que em 2002 passou para o segundo turno na disputa com o tucano Simão Jatene, que acabaou se elegendo governador do Estado pela primeira vez.
Quanto à mobilização para as prévias, os petistas consideram que, ao contrário de muitas avaliações, foi boa. Votaram, é certo, 3.500 militantes de um universo de 8 mil. Mas estes 8 mil, avaliam os petistas, são artificiais, filiações nem tão orgânicas, há muito não mobilizadas, ainda reflexo de más práticas de disputa interna, principalmente feitas no último período pela DS, para sustentar internamente o governo Ana Júlia.
Mobilizar 3.500 pessoas foi uma vitória do presidente municipal do PT, Apolônio Brasileiro, concluem vários petistas.