A reunião do Conselho Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará, marcada para a terça-feira da próxima semana, 2 de agosto, promete.
E como!
Promete tanto que ontem à noite, em conversa com o poster, três ou quatro advogados, que aliás se incluem entre os mais moderados, admitiam claramente que não seria de todo exagerado o recrutamento de alguns seguranças para evitar, digamos, algumas exacerbações de ânimo capazes de nivelar as condutas de Suas Senhorias os membros do Conselho àquelas condutas nada recomendáveis, como acontece todas as vezes em que as paixões superam a racionalidade, o comedimento e a moderação.
A reunião do Conselho - a primeira depois da última, ocorrida no dia 29 de junho passado, quando foi aprovado relatório sobre a venda do imóvel da OAB de Altamira para o advogado Robério D'Oliveira -começará a ser quente a partir de seu início. Literalmente.
Ex-presidentes da Ordem vão comparecer e devem fazer barulho.
Muito barulho.
Uma primeira alegação será suficiente para instilar, como diríamos, um calor típico do verão paraense aos debates.
Será arguida, de cara e de saída, a suspeição do presidente da Ordem, Jarbas Vasconcelos, para presidir a sessão do augusto Conselho, sob o argumento de que ele, por ser um dos investigados em sindicância instaurada pelo Conselho Federal e por figurar, igualmente, entre os investigados em dois inquéritos instaurados pela Polícia Federal, não poderia conduzir a reunião com a imparcialidade e a isenção de ânimos necessárias em caso de tamanha relevância.
Se essa primeira etapa for superada sem mortos e feridos - em sentido figurado, por favor entendam o Espaço Aberto -, haverá uma segunda, tão pedregosa, polêmica e exasperante como a primeira.
Trata-se da aprovação de três atas que estão pendentes de delibração.
Entre elas está, evidentemente, a ata das últimas reuniões do Conselho que debateram a questão da venda do imóvel de Altamira.
Superada essa segunda etapa, e se o pleno do Conselho estiver íntegro, sem mortos e feridos - em sentido figurado, o blog volta a repetir -, vem a terceira etapa, tão ou mais palpitante.
Será apresentado o parecer de comissão designada pela presidência da Ordem, para apresentar parecer sobre o pedido apresentado pelo advogado Robério D'Oliveira, para que toda a transação que resultou na alienação do imóvel para ele mesmo seja desfeita.
Nessa etapa pedregosa, todavia, é preciso apreciar pedido formal do conselheiro Ismael Moraes, para que os R$ 301 mil depositados por Robério fiquem bloqueados, para ressarcir a própria Ordem em caso de eventuais danos à sua imagem.
E se mais essa etapa for superada sem mortos e feridos?
Aí já teremos a vitória da racionalidade sobre as paixões.
Mas, sinceramente e que nos ouçam os passionais e os racionais, haverá hoje algum clima propício a distinguir paixão de racionalidade na OAB do Pará?
Sabe-se lá.
Convém esperar até a próxima terça-feira.
Com todo o respeito, evidentemente.