Por Renan Justi, do Comunique-se
Durante a festa de inauguração da agência Pública de jornalismo investigativo, realizada na último domingo (3/7), em São Paulo, o jornalista Andrew Jennings, da BBC e conhecido por apurar os casos de corrupção no esporte, disse que gostaria de ver o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, nu: “Só assim saberemos o quanto ele roubou”, declarou. As denúncias sobre os escândalos de suborno envolvendo as entidades desportivas fizeram com que o repórter fosse banido das coletivas da FIFA.
Um dos poucos profissionais que investigam o caso, Jennings espera que os jornalistas tomem a iniciativa de mudar o cenário de corrupções e tornem-se menos dependentes da grande imprensa para conseguir novas informações. “É preciso tomar controle da sua própria mídia, tirar o poder dos grandes veículos que não estão fazendo o trabalho que deveria ser feito e utilizar essa ferramenta (internet) ao seu favor”, afirmou.
Agências
Uma segunda decepção de Jennings envolve as agências de notícias, veículos que, pelo seu modelo de atuação na imprensa, são incapazes de aprofundar em temas por falta de tempo e interesse dos seus jornalistas em pesquisar sobre futebol e os esportes olímpicos.
“Tradicionalmente, estes repórteres, que cobrem diversas editoriais, olham para as notícias de esportes e falam ‘Ah, que saco’. Agências de notícias são basicamente feitas de reescrever releases, reproduzir o que é dito na televisão e o que os governos estão falando”, afirmou Jennings.
De acordo com suas investigações, que revelam membros da FIFA sendo subornados em troca de votos numa eventual escolha de um país sede para receber a Copa do Mundo, o futebol não é o campo mais corrupto, existe um segundo órgão esportivo com mais problemas. “Eu diria que o futebol é livre de drogas, mas as Olimpíadas são que nem o Woodstock, mas com mais drogas ainda”.
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