quarta-feira, 16 de março de 2011

Um patrimônio cultural popular reconhecido

Por CARLOS BORDALO, líder do PT na ALEPA

Escrevo para comemorar a aprovação do projeto que declara como Patrimônio Cultural e Artístico do Pará o Tecnobrega/Melody e as Aparelhagens de Som, que se constitui de grande importância cultural e simbólica, à medida que estabelece reconhecimento oficial para um fenômeno que já ganhou status de cultura de massa, atravessando todas as camadas sociais, desde o pequeno bar localizado na periferia até as mais badaladas e glamourosas casas de shows do Pará e do Brasil.
Pesquisadores de todo o país visitam a capital paraense para ver de perto o fenômeno das aparelhagens, que de fato são verdadeiros monumentos, capazes de ganhar vida sob o comando de impressionantes DJs, no Príncipe Negro temos os irmãos Edilson e Edielson, no Super Pop os irmãos Elisson e Juninho, no Tupinambá o comando fica por conta do DJ Dinho, no Rubi é o DJ Gilmar, além de muitos outros. Sem falar nas aparelhagens rudimentares do passado, que tiveram o papel de iniciar o ciclo atual, de verdadeiros arranjos tecnológicos capazes de agitar multidões nos espaços em que as festas se realizam, com cada vez menos impacto acústico para as redondezas das festas.
Portanto, reconhecê-los como patrimônio cultural e artístico do Pará é elevar a auto-estima do povo paraense, é defender o que é nosso. É emprestar receitas para tantos anônimos que, com denodo e sem nenhum apoio oficial, afirmam e fortalecem nossa identidade cultural. Eles já são verdadeiras cadeias produtivas, envolvendo centenas de empresários, gerando emprego e renda para várias famílias.
Esta iniciativa visa acabar com o preconceito, especialmente contra a cultura popular e as pessoas de baixa renda, embora as aparelhagens sejam queridas por todas as faixas sociais. Serve como exemplo para quem anda falando mal das aparelhagens que já existe todo um contexto de prevenção para o lazer dessas pessoas, onde a polícia tem combatido práticas ilegais nos locais das festas e redondezas. Com a aprovação, tivemos a certeza e o reconhecimento de que o povo cria suas marcas e seus símbolos.
Vamos valorizar o que é nosso, sem deixar que pessoas de outros estados venham se apoderar da nossa cultura. O ritmo tecnobrega é uma marca do Pará. Temos artistas que são destaques nacionalmente, Gaby Amarantos, Viviane Batidão, Fruto Sensual, Xeiro Verde, Banda Ravelly, entre outros. Recentemente a gravadora Som Livre lançou o DVD “Tecno Melody Brasil”, um verdadeiro sucesso de vendas.
Também queremos potencializar o projeto a partir de ações sócio-educativas, recuperando a história das aparelhagens em forma de memorial, fazer o inventário de seus ritmos e formas, até para preservar seu conteúdo de raiz e originário e questionar ao Governo do Estado se existe a possibilidade de garantir a este setor benefícios tributários, para fortalecê-lo como fonte de prosperidade ao nosso povo, como outros sons são para diversos estados brasileiros.

9 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns deputado. Vamos festejar, mas peça para as aparelhagens não fazerem tanto barulho, pois o barulho faz mal para a saúde, está escrito lá na OMS.Deveríamso ter uma lei que tornasses os nossos ouvidinhos,também, em patrimônio mundial. Deveria ter uma lei que não permitisse o uso desse tipo de adrenalina da felicidade, fora de locais preparados acusticamente, para não pertubar o sono alheio. Prabéns aparelhagens, mas não dá pra dormir com esse barulho.

Anônimo disse...

e o carimbó
assim como veio o tecnobrega passa
as nossas manisfestações tradicionais são perenes
isto é cultura medíocre

Anônimo disse...

O deputado, sonhando com os votos que pode conseguir com essa medida demagógica, mandou às favas a saúde do povo paraense. Para ele, que morram, mas votem antes nele.

Anônimo disse...

Caríssimos, lamento dizer, mas o título auferido pela ALEPA não tem validade jurídica. Por favor, acessem, leiam e conheçam as legislações da UNESCO, do IPHAN e da SECULT que dispõem sobre o Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial para não deixarem se iludir com lorotas de deputados que ainda não desceram dos pallanques.
Aos Deputados, não esqueçam que uma das grandes contribuições do Ministro Gil foi minimizar a cultura do "pão e circo".
anônima

Anônimo disse...

esse deputado realmente não tem o que fazer na vida.

Anônimo disse...

Ao anônimo das 17:43. O Registro do Carimbó como Patrimônio Cultural Brasileiro ainda não foi homologado pelo conselho de Políticas Culturais do MINC, exatamente porque o processo está seguindo os tramites legais cabíveis e exigidos pelo Decreto Federal de nº 3555, isto é, obedecendo um amplo processo de pesquisa para elaboração do dossiê.
anônimo

Anônimo disse...

Aparelhagens de som como patrimônio cultural?
Quanta bobagem!
É um incentivo ao barulho.
Coisa pra ganhar voto.

Anônimo disse...

Eu renegarei o tecnobrega e o melody eternamente. Se alguém me perguntar se é da bahia eu digo que é de lá mesmo. Me recuso a aceitar esse lixo como patrimônio cultural, pra mim o Bordalo só quer é pegar voto de carona nas aparelhagens.

Anônimo disse...

Os nobres Deputados não tem algo mais importante para fazer? Se não tiverem...sugiro que procurem.
Também vou querer o rock´n roll, o tacacá, o vatapá, os vendedores ambulantes (inclusive os que vendem pupunhas nas esquinas), o cupuaçu, o bacuri, o açai...e muito mais como patrimonio deste Pará tão pobre de Deputados. Francamente.