terça-feira, 6 de julho de 2010

Advogados estão aprisionados à fidelidade partidária?

Há muita gente considerando estranho o fato de advogados, que no passado já trabalharam para o partido A, B, C ou D, agora estarem disponibilizando seus serviços para o partido E.
Mas qual o problema disso?
Olhem só.
Advogado é um profissional.
Exige-se fidelidade partidária de profissionais?
Exige-se, portanto, fidelidade partidária do profissional – seja ela de que ramo de atividades for - que presta este ou aquele tipo de serviço a um partido e é legalmente remunerado por isso?
Claro que não.
Está bem.
Muitos haverão de alegar que certos advogados, como sabem todos, realmente atuam menos na condição de advogados e mais na condição de filiados a um determinado partido.
Ou atuam porque, mesmo não sendo filiados a um determinado partido, simpatizam com a legenda.
Mas isso é a exceção, claro.
A regra é que os advogados são profissionais.
Nessa condição, não configura nenhum deslize ético que hoje atuem como contratado deste partido e amanhã, de um outro qualquer.
É evidente, todavia, que o advogado deve guardar, por imposição ética, os segredos profissionais inerentes à sua profissão.
Mas, até onde o bom senso aponta, o profissional da advocacia não está obrigado a observar a fidelidade partidária.
Está?
Vocês acham que está?

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu me esforço para concordar contigo, mas não dá, pelo menos completamente.
Se considerares um advogado como um médico que, com razão, não deve fazer distinção entre os pacientes que precisam de um tratamento, tudo bem.
Mas política - em tese - é carregada de questões ideológicas, políticas e jurídicas. Um advogado quando defende um partido, defende tudo isso. Portanto, deveria, sim, ter um mínimo de identificação política. O que não pode é defender uma questão aqui e, depois, se posicionar contrário a esse mesmo fato. E os "goleguinhas" jornalistas fazem a mesma coisa, agem como os médicos e advogados. Viva os profissionais robotizados.