De um Anônimo, sobre a postagem Advogados estão aprisionados à fidelidade partidária?:
Eu me esforço para concordar contigo, mas não dá, pelo menos completamente.
Se considerares um advogado como um médico que, com razão, não deve fazer distinção entre os pacientes que precisam de um tratamento, tudo bem.
Mas política - em tese - é carregada de questões ideológicas, políticas e jurídicas. Um advogado quando defende um partido, defende tudo isso.
Portanto, deveria, sim, ter um mínimo de identificação política. O que não pode é defender uma questão aqui e, depois, se posicionar contrário a esse mesmo fato. E os "coleguinhas" jornalistas fazem a mesma coisa, agem como os médicos e advogados.
Viva os profissionais robotizados.
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Do Espaço Aberto:
Caro Anônimo.
Em tese, você tem razão.
Em tese, repita-se.
Na prática, não.
Até porque advogados que trabalham para partidos e candidatos não defendem programas partidários, não defendem ideologias.
Defendem condutas: se o cara desviou dinheiro, se o cara fez propaganda extemporânea, se o caro captou votos ilicitamente, se o cara cometeu abuso de poder econômico etc.
E condutas como essas, meu caro, todos cometem.
Todos, sem qualquer exceção: PSDB, PT, PMDB, enfim, todos os pês que você imaginar e, além desses, aqueles que você nem imagina.
Quanto aos demais profissionais, Anônimo, há os que trabalham profissionalmente e os que, além disso, vestem camisa do candidato e do partido que estão defendendo.
Como também pode acontecer com advogados e até com médicos.
Mas é perfeitamente distinguível quando esses profissionais agem como profissionais e quando, mais do que profissionais, atuam como correligionários de partidos e candidatos.
4 comentários:
Anônimo (que fez o cometário acima): então tá.
Muitos de nós, jornalistas, participamos de campanha política para ganhar uma grana extra, hoje nem tão boa assim.
Agora há outros coleguinhas, e eu me incluo nesta lita, que além de gostarem, evidentemente, de receber um dinheirinho extra, são apaixonados pelo fazer campanha política. Já fiz umas trocentas. E em sua grande maioria ao lado de quem iria realmente votar. Melhor assim, muito melhor.
Pagamos um preço? Claro que sim. Há o ônus e o bônus. Mas nunca me preocupei muito com as críticas e xingamentos que recebi, dos próprios coleguinhas, por participar de campanhas. Faz parte, e por conta disso distinguimos com mais clareza em quem podemos ou não confiar. Aprendemos a lidar melhor com as redações, repórteres, editores e com os fechadores de página - os pseudo-editores.
Adoro campanha. Pra mim é muito difícil, dificílimo como diria o superlativo Bemerguy, assistir ao jogo eleitoral da arquibancada. Bom mesmo é entrar em campo. Mas já pendurei as chuteiras.
Independentemente de concordar ou não com os posicionamentos divergentes, entendo que os profissionais, ou melhor, as pessoas, tem todo o direito de firmar seus conceitos em um momento, e modificá-los, posteriormente, seja por autoconvenciomento, alheio, ou em face de fatos ou situações que o façam mudar de opinião. Apenas como exemplo, lembremos do saudoso jornalista Paulo Francis, comunista quando jovem e início de carreira, transformou-se em um dos mais críticos do sistema socialista já em fase mais madura de sua vida. Lembro agora de outro saudoso: "...prefirose essa metamorfose ambulante...". Mas, para fechar, melhor citar Friedrich Nietzsche: “Eu jamais iria para a fogueira por uma opinião minha, afinal, não tenho certeza alguma. Porém, eu iria pelo direito de ter e mudar de opinião, quantas vezes eu quisesse.”
abs
Jorge Alves
Jorge Alvez, fique a vontade para mudar de lado, não precisa justifica, muda logo.
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