No AMAZÔNIA:
Um artista que viveu plenamente a arte. Essa é a melhor definição para Acácio Sobral, um dos mais conceituados artistas plásticos paraense, que morreu ontem, vítima de um câncer. Aos 66 anos, Acácio tem obras expostas no Brasil e no exterior. Uma de suas obras mais famosas, um vídeo instalação sobre o processo artístico e o uso da imagem de um tirador de espinhos, está exposto no Museu do Estado do Pará, onde ocorreu o velório do artista.
Dedicado a pesquisas que renderam, antes de tudo, um trabalho autêntico, como se pode ver na encáustica, técnica referência de sua obra, assim como o uso das linhas, traços constante em seus últimos trabalhos, Acácio era um artista obstinado. 'Até mesmo quando estava no hospital colocava aquelas mesas de alimentação e ficava trabalhando. Amava a arte e amava o seu trabalho', conta o também artista plástico Geraldo Teixeira, amigo de Acácio há 30 anos.
Emocionado com a perda do amigo, Geraldo fez questão de ressaltar a dedicação dele às artes. 'Ele foi um grande provocador da arte. Soube viver intensamente essa pesquisa da arte. Soube tirar proveito de tudo o que encontrou, por esse motivo deixa um legado muito grande para o Estado do Pará, para o Brasil e para vários lugares do mundo que já receberam seus trabalhos', disse.
A gerente artística cultural da Galeria de Arte CCBEU, Simei Bacelar, onde estão expostos 14 trabalhos do artista plástico, entre eles quatro encáusticas, seis gravuras, um desenho e três objetos, diz que o Pará perdeu um de seus melhores artistas. 'A obra do Acácio é muito importante, primeiro porque ele era um artista paraense e segundo porque era um dos poucos que trabalhavam com a encáustica. Tivemos o prazer de expor um de seus mais bonitos trabalhos, ‘Curtume’, entre novembro e dezembro de 2004, um trabalho belíssimo. É uma pena perder um artista do nível dele. Mas sua obra permanecerá para sempre', ressaltou.
A diretora da galeria Debret, em Belém, onde estão expostas duas obras em encáustica, também lamenta a morte do artista. 'Ele esteve com a gente no final do ano passado, por ocasião do aniversário da galeria; estava muito feliz e animado. Estou ainda chocada com a morte dele, não só pela pessoa que era, mas por toda a sua obra, que é muito especial', disse.
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