No AMAZÔNIA:
O presidente do Conselho Deliberativo do Paysandu, Isomar Souza, confirmou a exclusão do ex-mandatário bicolor Artur Tourinho do quadro social do clube. O cartão vermelho ao antigo cartola foi decidido em votação unânime entre mais de 50 conselheiros da agremiação, em 19 de dezembro de 2007.
Agora, passados quase dois anos desde sua eliminação, Tourinho pretende recorrer à Justiça Comum para anular a decisão e poder concorrer à presidência do Papão em 2010. A medida foi confirmada por meio de carta enviada a Artur Tourinho nesta semana.
Segundo a correspondência, a exclusão de Tourinho foi determinada depois que uma auditoria interna apontou diversas irregularidades administrativas ocorridas na época em que o cartola presidiu o time, de 2000 a 2006.
De acordo com o ex-presidente, no entanto, sua exclusão do quadro social bicolor não tem validade legal. Tourinho defende que foi violado o princípio da ampla defesa e, tomando por base isso, recorrerá da decisão na Justiça Comum. Ele alega ainda que só tomou conhecimento da auditoria em suas contas e do processo administrativo que terminou com sua exclusão por meio da imprensa.
'Acompanhei as notícias publicadas em jornais da cidade, mas jamais recebi qualquer documento do Condel solicitando explicações minhas. Caso tivesse recebido este chamado, com certeza, atenderia e prestaria os esclarecimentos necessários', declarou Tourinho, em entrevista recente à Rádio Liberal AM.
Tourinho, que já constituiu Sábato Rossetti como seu advogado, acredita que a exclusão foi motivada por perseguição política. 'Qualquer pessoa ligada ao Paysandu sabe que, após deixar a presidência do clube, passei a sofrer perseguição por parte de um desafeto declarado. Por isso, essa expulsão só pode ser entendida com um tipo de retaliação', declarou, referindo-se ao ex-presidente do clube, Ricardo Rezende, antigo mandatário do Conselho Deliberativo do clube na época do processo contra Tourinho.
ENTENDA O CASO TOURINHO
1 - As denúncias contra Artur Tourinho foram baseadas no relatório apresentado pelo conselheiro e relator Sebastião Haber, em reunião ordinária do Condel bicolor, em dezembro de 2007. Ao analisarem documentos, notas fiscais e anotações, os auditores encontraram indícios de graves irregularidades - a maioria relacionada a uma empresa de turismo de propriedade da esposa de Tourinho, Denise Martins.
2 - Em relação à empresa da esposa de Tourinho - a Ruben Martins Turismo -, Haber afirma que 'os autos revelam que, entre o Paysandu, ou melhor, entre a administração do associado Artur Tourinho e a empresa Ruben Martins Turismo, dirigida pela companheira do associado, existia uma nebulosa relação ‘comercial’.'
3 - O relator baseia esta afirmação no depoimento do auditor Wagner Ornames, que declarou ter encontrado irregularidades graves em praticamente todos os registros referentes a cobranças e pagamentos relativos aos serviços prestados pela Ruben Martins Turismo. A diferença entre eles é de valor. Os auditores, portanto, detectaram superfaturamento em várias notas cobradas e pagas à empresa por ordem direta de Tourinho.
4 - Por conta dessas irregularidades, Tourinho ainda poderia ter sido alvo de processos na Justiça Comum. O departamento jurídico do clube chegou a anunciar que entraria com representação junto ao Ministério Público do Estado (MPE) pedindo a responsabilização civil e criminal, tendo como base as denúncias de que Tourinho não teria administrado corretamente os recursos obtidos com a venda de vários jogadores, como a que envolveu a transferência de Róbson para o Oita Trinita, do Japão. Os auditores encontraram indícios de desvio de parte do dinheiro obtido pelo clube nas negociações. No entanto, até o momento, essa medida não foi tomada.
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