No AMAZÔNIA:
Moradores do bairro Curió-Utinga, em Belém, estão envolvidos em mais uma polêmica por conta de áreas invadidas. Desta vez, não é em uma área de proteção ambiental, mas sim em um terreno abandonado que fica atrás do condomínio Jardim Itororó, cujo acesso principal se dá pela rua K-04, que liga o conjunto à área de invasão estabelecida próximo à avenida João Paulo II. Cerca de 43 famílias ocupam o terreno desde as 21h de quinta-feira, alegando que três pessoas reclamam a propriedade do local, porém sem apresentar documentação. A Polícia Militar (PM) foi ao local e alertou os ocupantes sobre a ilegalidade do loteamento; mesmo assim, os locais em que as casas serão construídas já foram delimitados. 'Não sairemos daqui enquanto não mostrarem documento legal sobre a propriedade do terreno', diz a dona de casa Priscila Magno, uma das ocupantes.
Junto a seus filhos e a outras 42 famílias, Priscila faz parte de um grupo de moradores do Curió-Utinga que não possuem imóvel próprio. Eles vivem de aluguel em barracos situados à beira da João Paulo II, pagando cerca de R$ 300 mensais pela moradia temporária. O mesmo movimento protagonizou um quebra-quebra com as autoridades de meio ambiente ao final do mês de julho, quando o loteamento da Área de Proteção Ambiental Permanente (APP) que fica entre o Jardim Itororó e o Parque do Utinga foi impedido à força pela polícia, sob a ordem de autoridades judiciais de governo.
Agora, o foco dos moradores é um terreno que fica situado ao final da rua K-04 do Jardim Itororó, que demarca o fim do condomínio e o início de outra área de invasão. Segundo eles, a área não possui demarcação e era utilizada como lixão dos moradores vizinhos, acumulando lixo entre vários arbustos malcuidados. 'Essa área aqui nunca foi usada para nada. Não tem dono, nem é área de proteção, porque não podemos ocupar, então? Estamos aqui por necessidade, não é por vandalismo. Somos carentes do ponto de vista financeiro', disse o encanador Paulo Roberto Neves.
À hora da ocupação, às 21h de quinta-feira, o clima ficou tenso no local quando três pessoas, declarando-se donas do terreno, tentaram fechá-lo com a construção de um muro. A Polícia Militar (PM) foi acionada, mas não chegou a haver confronto com os ocupantes.
Outra visita dos policiais foi feita à manhã de ontem. Eles removeram o material que seria usado na construção do muro, mas também ordenaram que os ocupantes não construíssem nada enquanto o impasse não fosse resolvido. A ordem foi desobedecida: horas depois, o cenário era de preparação para a construção das casas. Homens, mulheres e até crianças se esforçavam para cortar a grama e deixar o solo adequado para levantar casas em 43 lotes. Uma investida policial na área pode ser feita a qualquer momento.
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