No AMAZÔNIA:
Para os que acreditavam que Luiz Omar Pinheiro reconheceria os males causados pela centralização administrativa na cadeira da presidência executiva do clube, enganou-se. Ao contrário, após a vexatória eliminação do Paysandu na Série C do Brasileiro, há 20 dias, a dependência do Papão em cima do seu mandatário, para tomar qualquer tipo de decisão que seja, tem ficado cada vez mais evidente.
Com Luiz Omar viajando pelo Sudeste do país, para onde embarcou na última segunda-feira, toda a diretoria bicolor aguarda ansiosamente o seu retorno, agendado para depois do feriado prolongado da Independência. Quando ele chegar, serão definidas três pendências do clube.
O primeiro compromisso no seu retorno - e o que mais interessa aos funcionários do departamento de futebol Amador - é a liberação do pagamento dos salários do mês de agosto. Apesar de, na teoria, o Papão ter dinheiro em caixa para quitar a folha de pagamento, o Departamento Financeiro do clube alega depender da assinatura do mandatário para liberar os contracheques.
Ontem, alguns funcionários das divisões de base ainda acreditavam que o presidente retornaria a Belém a tempo de fazer o pagamento antes do feriadão. Mas um boato conta que Luiz Omar planejaria assistir ao jogo entre Brasil e Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em Rosário, o que desanimou a todos. Já os empregados do estádio da Curuzu e da sede social estão com os salários em dia.
A segunda solução a ser trazida pelo dono da Curuzu, como alguns torcedores bicolores já o estão chamando, é a renovação de contrato de alguns jogadores regionais, cujos vínculos expiram nos próximos meses - casos do meia Vélber e dos atacantes Balão, Torrô e Zé Augusto.
No início da semana, o volante Lê e o meia Lecheva chegaram a garantir que haviam acertado suas renovações com o presidente bicolor. Porém, o diretor de futebol Antônio Cláudio da Costa, o Louro, e outros integrantes do Departamento de Futebol Profissional do clube alegam desconhecer qualquer definição sobre esses atletas. 'Vamos esperar o retorno do presidente para dar sequência às negociações com os jogadores. Não podemos atropelar a autoridade dele', explicou Louro.
A terceira pendência é o tão esperado anúncio da data oficial da reapresentação do elenco profissional, que, como já foi dito pelos dirigentes, só acontecerá quando o mandatário alviceleste retornar de viagem - mesmo com as negociações já bem adiantadas para os amistosos no interior do Estado.
A quarta e última dose dessa dependência bicolor é a prometida reforma do gramado da Curuzu. Logo após a eliminação do Paysandu na Série C, Luiz Omar afirmou que o estádio seria fechado para que essa e outras obras pudessem ser realizadas nos próximos meses. Mas até agora nada saiu do papel. Um engenheiro agrônomo contratado já fez o orçamento preliminar da reforma, mas a aprovação dos valores depende do aval do dirigente. E enquanto ele não chega, tudo segue parado no Papão.
Um comentário:
Um clube grande não pode ser administrado por um só homem, mas, sim, pelas estruturas colegidas previstas em seu Estatuto do clube (diretoria, conselho deliberativo e assembléia geral).
Entra ano, sai ano e os clubes grandes repetem os mesmos erros, como se recusassem a aprender.
Só pode ser uma espécie de "Síndrome do Jumento".
Depois, ficam a pedir dinheiro ao Governo do Estado e Perfeitura de Belém, como se o Poder Público tivesse obrigação de socorrer agremiações privadas que são mal administradas.
Ou a culpar a presidência da Federação Paraense de Futebol, como se a FPF tivesse alguma ingerência nos assuntos internos dos clubes grandes.
Até onde sei, a FPF não contrata jogadores nem tampouco treinadores - como pode, então, responder pelos equívocos das diretorias de Remo e Paysandu.
Só pode ser a Síndrome do Jumento, aquela que faz com que seu portador repita os mesmos erros até o infinito.
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