sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Raimundo José, um abraço cheio de vida. Para sempre!

Raimundo José Pinto, jornalista, mais do que jornalista, repórter dos melhores deste Estado, nos deixou no final da noite desta quinta-feira (03).
Deixou-nos aos 56 anos de idade e quase 40 de profissão.
Trabalhou nos maiores jornais de Belém, foi correspondente do “Estadão”, atuou na Gazeta Mercantil e tantos outros veículos, além de ter sido presidente do Sindicato dos Jornalistas do Pará. Nos últimos anos, era editor do site Pará Negócios, fonte de boa informação onde o Espaço Aberto tantas vezes foi buscar notícias quentes para postar aqui.
Desde o início de julho passado, Raimundo foi internado na Beneficente Portuguesa, de onde não sairia mais com vida.
Foi o último capítulo de dolorosos, extenuantes padecimentos que enfrentou, vítima de um câncer que o minou fisicamente, mas que não o abateu e não lhe tirou a vontade de lutar bravamente pela vida, até o momento em que essa tenacidade começou a ficar muito aquém das limitações que a doença lhe impôs.
É muito duro perder amigos como o Raimundo.
Amigos e profissionais do jornalismo como ele, que exerceu a sua profissão com inteireza de caráter.
Exerceu-a com a ponderação que se requer dos que, como nós jornalistas, tantas vezes nos arrogamos o direito de julgar os outros.
Exerceu-a com a nobreza que o enriqueceu de qualidades, tantas qualidades que o fizeram profissional dos mais respeitados.
Não tive coragem de ver o Raimundo no hospital.
Não queria vê-lo do jeito que me diziam como se encontrava.
Externei isso claramente, sinceramente a pessoas que lhe são próximas.
Desculpa, Raimundo, mas essa recusa, se foi uma covardia, também foi uma tentativa de manter vivas na memória as melhores lembranças de sua vitalidade como jornalista e amigo.
Lembranças que sempre vão ficar.
Vívidas.
O corpo de Raimundo José Pinto está sendo velado na capela mortuária da Beneficente Portuguesa, de onde sairá para o sepultamento, no cemitério de Santa Izabel, na manhã desta sexta-feira, me horário a ser confirmado.
Lúcio, Luiz e demais irmãos e familiares, um forte abraço.
Amiga Sílvia, a fortaleza que sempre esteve ao lado de Raimundo, um forte abraço.
Um abraço como se fosse no próprio Raimundo.
Abraço de saudade e de vida.
Vida que segue.

12 comentários:

Val-André Mutran  disse...

E os bons se vão jovens ainda...
Que grande perda.
Meus sinceros votos de condolências à família Pinto.
Ressalto que o Ministério da Saúde está promovendo uma campanha nacional para que os homens procurem os serviços de prevenção médica no Programa de Atenção à Saúde Masculina.
Esta terrível doença, assim como outros males, se não diagnosticadas a tempo, causam prejuízos incalculáveis ao país e às famílias brasileiras.

Eduarda e Paulo Louchard disse...

Silvia, os espíritas nos afirmam, com plena conviação, que estamos apenas de passagem neste mundo construindo e ensaiando os passos para um mundo superior onde estes passos e caminhadas são avaliadas em toda a sua plenitude. O Raimundo foi um grande cara, construiu coisas boas, tem um espaço reservado ao lado do grande Deus e vai, neste novo plano, continuar te iluminando pois vocês eram apaixonados e construiram juntos coisas boas. Não conhecemos o Raimundo mas conhecemos você que sempre lutou pela vida. O editor tem plena razão, você é uma fortaleza. Continua firme pois tua família precisa de você.
Muita força. Um abraço.

Eduarda e Paulo Louchard

Sílvia Sales disse...

Grande amigo,

Obrigada pelo carinho e amizade. Raimundo agora não sente dores e está em paz.Cumpriu com louvor essa etapa da vida e segue para um novo ciclo. Meu companheiro, meu amigo, meu mestre. Para sempre. Beijo no seu coração,
sílvia

Nadinha de souza disse...

Paulo,

Externo aqui meus sentimentos pela passagem do "tio" Pintão (assim aprendi a chamá-lo desde a infância) e deixo um abraço à também "tia" Silvia e Jamile.

Anônimo disse...

Paulo,

Algumas de suas palavras traduzem muito bem o Raimundo. Um profissional com “ inteireza de caráter, ponderação, nobreza”. Foi esse Raimundo que conheci e admirei. Foi com esse Raimundo que tive a oportunidade de trabalhar algumas vezes e dar grandes risadas. Fico com a melhor das lembranças e com uma imensa saudade.
Fui ao hospital, mas não queria que aquele encontro tivesse sido uma despedida.
Sílvia e Lúcio, todo meu afeto a vocês. Um abraço apertado que não poderei fazê-lo hoje,pessoalmente. Aos demais familiares, meus sentimentos.
E a você Raimundo, que Deus o receba em seus braços para o conforto merece.

Cleide Pinheiro

Anônimo disse...

É mais um dia triste para o jornalismo paraense. Mais um dia triste para quem ainda acredita que existem boas pessoas no mundo. Pessoas pacientes, tranquilas, sérias... daquelas que inspiram novas gerações.

Conhecia o Raimundo Pinto por nome. Depois, com a Fiepa, passei a ter um contato maior. Paciente, discutia as pautas da Pará Industrial, orientava o que poderia ser melhor. Cortava o que era viagem da cabeça de um jovem que achava que não havia custo fazer viagens longas pelo interior.

Foi um aprendizado. Breve, mas foi. De tudo, fica a seriedade com que tratava o jornalismo e os jornalistas. Jovens ou experientes: tratava da mesma forma. Como deve ser. Ou como deveria ser. Aos familiares e amigos mais próximos, deixo meus sentimentos e minhas orações. Por mais clichê que seja, é confortante saber que agora ele descansa em paz.

Nardin.

Hanny Amoras disse...

Ah, esse Raimundo Pinto! É claro que a gente vai se encontrar, para ensaiarmos passos de uma nova dança, quem sabe?! Também não tive coragem de visitá-lo no hospital, porque não queria que ele visse minha tristeza. Não seria justo.
Mas ele sabia do quanto era amado e admirado por tanta gente, com toda aquela calma, aquela sensatez e aquele amor a transbordar. Profissionalmente, todos sabiam do brilho do Pintão. O que eu não posso deixar de destacar aqui foi a importância dele para o nosso Sindicato dos Jornalistas.
Pintão sempre estava presente, debatendo, propondo, discutindo. E a chapa "Nós, Jornalistas" teve a honra de merecer a confiança e o irrestrito apoio desse grande homem. Agora, ficará o vazio.
Sei que logo logo Pintão estará com o Mestre Jesus.
Sílvia, minha querida amiga, sinto tanto não estar aí para poder te abraçar. Recebe meu acalanto e minha força, e sente a paz dos anjos. O que me acalma é que tu sabes que não acredito em morte, apenas em breves partidas.
Muitos beijos porque, neste momento, não tenho mais como escrever.

Anônimo disse...

Raimundo é exemplo de ética, de profissionalismo. Um cara talentoso, mas extremamente humilde, como são os verdadeiros sábios. Morre o homem, mas ficam seu atos, sua história.

Anônimo disse...

Paulo,

Convivi com o Raimundo José Pinto por mais de trinta anos. Dele, só tenho boas lembranças: da vida profissional e, também, da pessoal. Era uma boa companhia, um bom papo, principalmente pelo seu humor refinado.
Hoje, acompanhando de longe o seu velório, fiquei pensando em seis palavras que resumem bem o Pintão, como carinhosamente gostávamos de chamá-lo:
-Repórter: correto, preciso, simplicidade.
- Homem: íntegro, ético, sincero.

Que Deus o tenha e dê o conforto para a sua família, irmãos, filhos e para a Silvia, sua companheira de todas as horas.

Orly Bezerra

Rose Gomes disse...

Uma unanimidade. É assim que considero Raimundo Pinto.
Ele doou décadas de sua vida a uma profissão que carrega nos ombros o peso do compromisso com a verdade. Esse peso nem todos conseguem carregar: alguns desistem no início, outros no meio do caminho. Mas, Raimundo não faz parte de nenhum desses grupos. Ele é do seleto grupo que não desiste nunca e busca verdade por um mundo melhor. Sem vaidades e frescura, foi e é grande personagem da história do jornalismo paraense. Raimundo inspirou e serviu de espelho - para um sem número de jornalistas e outros profissionais – não só pelo seu profissionalismo, mas pela sua humildade, amizade e paciência com os focas. Lembro-me que umas trocentas vezes escapei das mãos da chefia graças a sua ajuda. Muitos coleguinhas contemporâneos – até formados na mesma turma – não gostavam de ajudar quem chegava atrasado. Principalmente se fosse de uma empresa concorrente. Com Raimundo, assim como acontece até hoje com seu irmão Lúcio, não era assim. Se era coletiva, socializava a informação e ainda fazia a pergunta-chave (aquela que põe a bola na área pro chute direto no gol) pro colega pegar o bonde da história. Raimundo é uma unanimidade porque, independente de seu desencarne, não existe ninguém que tenha mágoa contra esse homem. Poucos têm o privilégio de partir com essa paz. Por isso acredito que nosso amigo vai – em alguma das muitas moradas do Senhor - continuar ajudando os foquinhas e os foca-velha.
Muito obrigada Raimundo por ter tido o privilégio de me relacionar contigo e com tua família: Silvia, Caio, Jamile, Lúcio, Socorrinho.
Rose Gomes

Dulcivania Freitas disse...

Raimundo foi um jornalista admirável na apuração e na escrita e uma pessoa que gostei muito de conhecer, de trabalhar junto.
Eu não devia ta sofrendo a sua partida, porque sei que agora as dores e todo o sofrimento dele cessaram, mas tá doendo muito. Deus o receba e o acolha, e também conforte sua família, seus amigos mais chegados e os inconformados.

Unknown disse...

Que belo texto, Paulo. Creio que muitos de todos nós que convivemos com o Raimundo Pinto guardaremos em nossos corações a lembrança da pessoa rara, do amigo querido, do profissonal reto. Para gerações será sempre citado, na história do jornalismo, como um dos maiores repórteres do nosso Estado, e para nossos filhos, eternizado como o "tio Pintão." A distância não me permitiu vê-lo, nem estar presente na despedida,. Melhor assim! É tão dificil dizer Adeus! Sula Maciel