No AMAZÔNIA:
A manifestação dos trabalhadores da construção civil parou, durante toda a manhã e parte da tarde de ontem, o trânsito nas principais avenidas de Belém. Cerca de seis mil operários foram às ruas da capital, e muitos deles aproveitaram o movimento para interditar o tráfego de veículos, depredar vidraças, destruir fachadas e danificar carros particulares, estacionados na via pública ao longo do trajeto percorrido pelo movimento. Ao todo, aconteceram 15 manifestações simultâneas em diversos pontos da cidade. Pelo menos seis pessoas foram presas e três ficaram gravemente feridas.
Em Ananindeua, os trabalhadores chegaram a bloquear o trânsito no Entroncamento por cinco minutos, no entanto, optaram por seguir em direção à sede do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil Leve e Pesada de Belém e Ananindeua (STTCC), na rua 9 de Janeiro.
O setor da construção civil emprega atualmente cerca de 25 mil pessoas em Belém e Ananindeua, em aproximadamente 300 canteiros de obras espalhados por toda a Região Metropolitana de Belém. Segundo Vander Rodrigues, dirigente sindical, pelo menos 80% da categoria aderiu à paralisação - contudo, a meta é alcançar 100% dos trabalhadores. 'Viemos aqui para lutar. Os patrões querem nos conceder 5% de aumento - o que corresponde a R$ 24. Isso é um absurdo. Queremos pelo menos 12%', destaca. A categoria pede à classe patronal o aumento do salário de servente, que hoje é de R$ 480, e passaria a ser de R$ 580. No caso dos pedreiros, o salário atual é de R$ 680 - e a partir do reajuste, os vencimentos chegariam a R$ 780.
Além das cláusulas salariais, os operários pedem plano de saúde e um programa de segurança mais efetivo nos canteiros de obras. Os dirigentes sindicais afirmam que na última quinta-feira foi protocolado um ofício junto ao Sinduscon (Sindicato das Indústrias da Construção do Civil - Pará) para que uma nova rodada de reunião pudesse ocorrer. Porém, segundo a categoria, até o ontem a classe patronal não se manifestou sobre a solicitação. 'Vamos continuar a mobilização até sexta-feira, caso os patrões não nos atenda. A greve é por tempo indeterminado. Estamos aqui para mostrar à sociedade o quanto um empregado que faz a moradia do povo é explorado', afirma Vander. Além dos trabalhadores, também participaram da manifestação entidades sindicais e movimentos estudantis.
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