Doutor Trindade está prestigiado, mas é que nem o Maradona

Com todo o respeito – com todo o respeito mesmo – que ele nos merece, mas Sua Excelência o secretário da Estado da Fazenda, José Raimundo Trindade, está que nem o Maradona, técnico da na Seleção Argentina: prestigiado, mas perdendo sempre.
Trindade, cada vez mais, está posto de escanteio, de lado, de esguelha, de través.
Sua Excelência está cada vez mais descredenciado, politicamente desautorizado e relegado ao banco de reservas, quando se trata das negociações com o Sindicato dos Servidores do Fisco Estadual do Pará (Sinditaf).
Querem fatos?
Aos fatos, pois.
Já começa que doutor Trindade, aquele para quem nepotismo não passa de bobagem, não tem negociado com o Sinditaf. Quem está em campo é o secretário de Planejamento, Orçamento e Finanças, José Júlio Lima (na foto, da Agência Pará). É estranhíssimo que seja assim, porque, afinal, a greve é do pessoal da Sefa. E quem manda na Sefa, não é o doutor Trindade?
Tem mais.
Depois da reunião na Assembléia Legislativa, quarta-feira, ficou claro, claríssimo que o governo e o sindicato reabriram as negociações. E tanto é assim que nova reunião está marcada para a próxima quinta-feira, 17. Há notícias, inclusive, no site da Agência Pará.
E quem estava à frente das negociações na Assembleia?
José Júlio Lima.
E quem anunciou a reabertura das negociações?
José Júlio Lima.
E o doutor Trindade, o nosso Maradona dessa história toda?
Continua prestigiado, ora bolas.
Apenas prestigiado.
Tem mais.
Na manhã de quarta-feira, antes, portanto, da reunião que ocorreria à tarde entre o governo e o Sinditaf, manifestou-se de terno e gravata na Assembléia um dos adjuntos da Sefa.
Portava uma proposta - a do governo, evidentemente - que prevê o piso de apenas um salário-mínimo.
A proposta foi rechaçada de pronto, e veementemente, inclusive por deputados da base governista.
Um deles, líder de bancada, disse claramente que seu partido nunca, jamais haverá de apoiar uma proposta dessa.
Há evidências, além disso, de que a própria bancada do PT – por meio de deputados como Carlos Bordalo, Regina Barata e Airton Faleiro – já se mostra muito mais maleável, muito mais flexível, muito mais convencida de que é preciso tirar o governo do isolamento e repô-lo na trilha das negociações.
Enquanto isso, há mais apreensão pelos lados da Sefa.
A informação mais nova é a de que mais oito servidores estariam numa lista para ser removidos.
Teriam, dessa forma, o mesmo tratamento dispensado a três servidores – Antônio José Tavares Henriques, Rivânia Raquel Mariano Porto e Ione do Socorro Gonçalves Silva da Silva –, que foram removidos, por meio de portarias do secretário José Raimundo Trindade, para trabalhar em municípios do interior.
Por quê?
Porque aderiram à greve.
Tomara que a existência dessa lista seja apenas uma boato.
Tomara.
Ou por outra: tomara que seja apenas uma bobagem.
Mais uma.