segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O desprezo de jornalistas pelo jornalismo

Do leitor Bruno Philósopho, sobre a postagem "A dignidade profissional é que conta":

Todos os dias perdemos milhares de bondes, seja pelo dinheiro público que se esvai - e ninguém reclama, mesmo sabendo dos fatos e não estando em nenhuma "ditadura" -, seja pela falta de coragem em publicar matérias de assuntos variados. Sabe, toda vez que penso no jornalismo como forma de se saber das coisas (afinal, para que servem mesmo os jornais?), me vem na cabeça aquela máxima da Bíblia encontrada em João, 8:32 "conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará". Se não estão lá para cobrirem os fatos e noticiarem tudo o que vêem, na verdade estão gastando tempo precioso de suas vidas. E do devido veículo que promovem com seus textos.
Tem horas que eu penso que faz tempo que os jornalistas não querem ver o seu texto publicado. Veja que a maioria das linhas escritas no jornal contém algum erro gramatical ou de português básico. Se são pagos para escrever, precisam estar com o português em dia! Senão estão fazendo desaprender os mais novos - e mais uma vez, repito, estão perdendo tempo precioso de suas vidas e dos veículos que representam.
Sempre que um veículo deixa de imprimir alguma informação relevante, faz deixar de valer a pena lê-lo. No outro dia, quando sabemos a verdade dos fatos e que não foi apurada pelo repórter no dia anterior, é como se tivéssemos sido enganados ao ler determinada matéria. Leia o livro do Gay Talese sobre a história do NY Times e verá bem o que estou dizendo. "No início, o Times de New York publicava qualquer detalhe que passasse ao largo das demais publicações, e isso fez ele ser o que é". O prestígio dos jornais dos EUA se dividem entre NY Times e Washington Post. Ai que um deles publique uma inverdade...
Mas a vida é assim mesmo. As pessoas só vão conhecer o real valor da verdade quando elas mesmas forem comparadas. Quando elas mesmas necessitarem da verdade libertadora. Quando elas verem que tudo o que produziram até hoje não significa mais nada diante do novo. Ou então no dia em que, precisando de um novo emprego, tiverem que pedir abrigo em outra publicação que privilegie a qualidade - coisa esta que eles não terão.
Ou seja, é como diz o ditado: se conselho fosse bom, não se dava. Se vendia! Eu adoro um conselho, embora nem sempre tenha dinheiro para pagar...

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