quarta-feira, 4 de março de 2009

Wanzeller ainda faz denúncia

No AMAZÔNIA:

O perito e ex-diretor do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, Miguel Wanzeller, comparou a situação atual da perícia com a época da ditadura militar. 'Quando a perícia perde sua independência, ela passa a ser instrumento político. Na ditadura, foi a época em que a perícia teve sua pior fase, camuflando tortura e assassinatos da polícia', disse a membros da Comissão Permanente de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Pará. Com mais de 100 documentos em mãos, o ex-diretor prestou esclarecimentos aos deputados estaduais Márcio Miranda (DEM), Cássio Andrade (PSB), Arnaldo Jordy (PPS) e João Salame (PPS), durante a tarde de ontem. Na ocasião, Wanzeller disse que a documentação levada comprova todas as denúncias que ele já fez. Ainda assim, ele aproveitou para apontar outras irregularidades que, segundo ele, eram cometidas no centro a partir de sua chegada à direção, em 2007.
Antes da reunião com os deputados, o ex-diretor falou à imprensa sobre fatos graves que ocorreram no Centro de Perícias. Ele disse ter visto uma viatura do Renato Chaves dar fuga a bandidos que haviam acabado de assaltar um banco no município de Tucuruí. Disse, também, ter encontrado ossadas de pelo menos 10 pessoas não identificadas em Marabá, que eram ignoradas pelas gestões anteriores do Centro de Perícias e afirma que há mais de mil armas sem identificação que voltaram às mãos de bandidos, provavelmente por fornecimento da própria perícia. Wanzeller, porém, não entrou em detalhes sobre nenhum desses fatos. Em vez disso, a entrevista coletiva foi encerrada às pressas, os jornalistas, retirados da sala vip e a reunião iniciada de portas fechadas.
Em relação a estas e a outras denúncias, o perito disse que todas já foram previamente apresentadas e que tem como provar isto por meio de documentos datados e protocolados. 'Em 27 de agosto de 2007, enviei documento pedindo providência para deputados federais. Em fevereiro de 2008, cerca de 40 perícias de execução sumária e tortura foram reveladas para ser investigadas. Onde estão? Esses processos precisam ser acompanhados', alerta.
Wanzeller criticou sua exoneração da direção do Centro de Perícias, dizendo que foi um ato imoral do Governo do Estado substituí-lo por 'pessoas que arquivam procedimentos', sem esclarecer quais pessoas nem quais procedimentos. 'Fui deposto por ter tomado providências contra irregularidades. Minhas denúncias são equilibradas e vou comprovar tudo. Em breve, vou voltar à direção do Renato Chaves, pois acredito na justiça', crê.

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