terça-feira, 17 de março de 2009

Protestos marcam enterro de taxista

No AMAZÔNIA:

Durante mais de duas horas, taxistas protestaram, ontem à tarde, contra o assassinato do motorista Francisco de Assis Carvalho, o 'Chiquinho'. A manifestação, que reuniu em torno de 100 táxis, começou na Cidade Nova e terminou no cemitério Parque das Palmeiras, no município de Marituba. Durante o ato público, os taxistas disseram que, se a vítima fosse um advogado importante, um médico ou, ainda, um policial da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), a Polícia já teria pistas seguras dos matadores ou, então, já teria montado um grande aparato para desvendar o crime.
Os motoristas lembraram que, em uma semana, 'Chiquinho' foi o segundo taxista assassinado, em Belém, em condições semelhantes, espancado antes de ser baleado, tendo ambos sido mortos mais ou menos na mesma área. Por volta das 14h45, e com o caixão com o corpo da vítima em cima de um Siena, os taxistas saíram do Pronto-Socorro da Cidade Nova 6, em cujo ponto Francisco trabalhava até então. Em muitos carros havia fitinhas pretas, simbolizando luto pela morte do colega de profissão. Daquele local, os carros percorreram várias ruas da Cidade Nova, até chegar à avenida Dom Zico, uma das principais do bairro.
Eles deram a volta na rotatória e continuaram trafegando pela Cidade Nova. Mais adiante, e sempre sob uma chuva fina, chegaram à avenida Três Corações, que dá acesso à Cidade Nova, e entraram na avenida Mário Covas, mas não em direção à rodovia BR-316. Ainda na avenida Mário Covas, os carros seguiram por um caminho que saiu, depois de cinco minutos, na estrada da Providência, na Cidade Nova 8. Durante o trajeto, os taxistas conclamavam os motoristas de táxi a participar do cortejo fúnebre, lembrando que, por causa da violência, qualquer um poderia ter sido vítima dos bandidos. 'Se a vítima fosse um médico, advogado do Líder ou um policial da Rotam, a Polícia, em 24 horas, já teria prendido os matadores', disse um taxista, um dos líderes da manifestação.
Ele se referia ao médico Salvador Nahmias, ao advogado José Francisco Vieira, do Grupo Líder e ao cabo Paulo Sérgio da Cunha Nepomuceno Cunha, da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), mortos durante assalto. O mesmo sindicalista disse que, em relação a esses homicídios, o sistema de segurança pública montou grandes operações, inclusive, deslocando equipes para viajar para fora do Pará para localizar e capturar os acusados. Da Cidade Nova, os veículos continuaram o trajeto pela estrada do 40 Horas, prosseguindo pela avenida Mário Covas. Ali, no trevo que dá acesso à BR 316, e bem em frente ao Departamento Municipal de Trânsito (Demutran), de Ananindeua, eles fecharam o trânsito. E fizeram um novo protesto. Mas a manifestação durou poucos minutos.

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