No AMAZÔNIA:
Depois de uma madrugada de chuva forte, as ruas da capital paraense amanheceram alagadas. Caripunas, Pariquis, Quintino Bocaiúva, Mariz e Barros, Timbó e 14 de Março foram as principais vias atingidas pelo temporal. Muita gente ficou ilhada com medo de danificar o carro na água ou de pegar alguma doença devido à quantidade de lixo levado para a porta das casas. Sem esperança de que essa situação seja mudada, os moradores de Belém disseram que apenas decidiram aprender a lidar com o problema.
Todo dia de chuva é igual. As ruas e casas enchem de água e, na manhã seguinte, é hora de contabilizar todos os prejuízos causados pelo temporal. Acostumado em conviver com os frequentes alagamentos, o morador da Quintino Bocaiúva com a rua dos Caripunas, José Guilherme Moreira, conta que há mais de dez anos a história se repete. 'Já não sabemos mais o que fazer. O jeito é se conformar com essa situação', disse.
As crianças da Quintino não foram para aula e vários moradores decidiram não ir ao trabalho também. Além disso, o medo de contrair alguma doença é tão grande, que algumas pessoas só saem de casa depois que a água seca. 'Essa água é imunda. Quando secar, todo o lixo vai ficar na rua, mas, pelo menos, vamos nos sentir mais seguros', informou o estudante Bruno Santana.
Na rua dos Pariquis, nenhum carro se arriscava a passar pela água, para evitar ficar prejuízo. Quem tentava passar pelas áreas alagadas, desistia segundos depois e, em alguns casos, deixava o carro no meio do caminho. Nazaré Ferreira, de 80 anos, colocou a sandália na mão, para não estragar o calçado, e caminhou na chuva mesmo. 'É o jeito, né? Não posso ficar trancada em casa', disse.
Até mesmo os caminhões ficavam com os pneus totalmente encobertos. Além do alagamento, um outro risco era a quantidade de buracos na rua. Todo mundo que passava pelo local era alertado para tomar cuidado e não ficar preso. 'Quem é o culpado disso? O prefeito. Depois ele vem aqui pedir voto para a gente, mas eu não dou essa alegria para ele nunca mais', contou o aposentado Roberto Monteiro.
Já o aposentado Walmir Sena, que mora próximo ao canal da Timbó, disse que já perdeu as esperanças em relação a mudanças na área. Ele explica que não é de hoje os problemas da chuva e, mesmo assim, a prefeitura resolveu ignorá-los. Na Mariz e Barros, a água passava dos joelhos das pessoas que se arriscavam a andar na parte alagada. 'Isso é um caos. Para piorar, ainda temos uma bica de água mineral no meio da rua que só gera transtornos', disse Alzira Araújo, moradora.
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