No AMAZÔNIA:
Dá para comemorar uma conquista mesmo saindo de campo derrotado? A julgar pela reação dos mais de 15 mil bicolores que compareceram ao Mangueirão ontem à tarde, sim. O Paysandu perdeu por 3 a 2 para o São Raimundo, ficou com apenas 40% da renda de ontem e viu sua invencibilidade ir pelo ralo. Mas, por ter vencido o primeiro jogo da decisão da Taça Cidade de Belém por 3 a 0, ficou com o troféu, a vaga na final do campeonato e garantiu presença na Copa do Brasil de 2010 depois de dois anos de ausência. O gosto amargo na comemoração um tanto tímida da torcida não pode apagar a campanha do Papão até aqui. Foram sete vitórias, dois empates e uma derrota, saldo positivo com sobra e, por enquanto, o melhor futebol apresentado pelos times locais.
'A invencibilidade seria muito boa, mas o mais importante foi a conquista do turno. Tenho certeza que a torcida está feliz', comentou o meia Vélber. 'Estávamos de olho na invencibilidade também, mas principalmente na conquista do primeiro turno. Não foi como queríamos, mas já estamos na final', completou o zagueiro Luciano.
Por mais contraditório que possa parecer, ontem o Paysandu pagou o preço da própria competência. Ao vencer o jogo de ida por 3 a 0 o Papão abriu uma vantagem que nem o mais pessimista dos bicolores ou o mais otimista dos santarenos sonhou ser revertida. Por conta dessa folga enorme para uma decisão o time entrou em campo com o freio de mão puxado. O tempo ia passando e a inoperância do adversário só fazia aumentar o conforto azul celeste, tanto que o primeiro gol do jogo saiu na cobrança de um escanteio e sem muito esforço do artilheiro Zé Carlos, que se aproveitou de uma falha da defesa santarena.
É bom se ressaltar que não se tratou de menosprezo com o adversário, e sim provavelmente de um relaxamento natural de quem já havia feito com presteza a maior parte de seu papel. O Papão cumpriu seu papel com competência e folgas, sendo merecedor inconteste da conquista do primeiro turno.
Ao voltar para o segundo tempo ouvindo o coro de 'é campeão' da torcida, os bicolores foram surpreendidos com um São Raimundo aguerrido e com uma característica que lhe faltou em todos os três tempos anteriores da 'final de 180 minutos': objetividade. Em 13 minutos de jogo a Pantera fez três gols e botou fogo na decisão. Mas esse tempero a mais durou apenas até os 19 minutos, quando Luciano aproveitou mais um escanteio para, de cabeça, diminuir a vantagem e deixar a missão do oponente praticamente impossível.
Depois disso o jogo passou a ter poucas emoções. O Paysandu administrou o tempo e o São Raimundo já não tinha mais forças. O único que parecia não satisfeito com o andamento da partida era o técnico Édson Gaúcho, que pedia sem sucesso uma equipe mais ofensiva em busca do empate. 'Não era assim que eu queria. Sei que a torcida está comemorando, mas está ressentida pela derrota. Queria conquistar o turno de forma invicta', disse o treinador.
Pantera - Com a vitória de ontem o São Raimundo leva para seus cofres um lucro de pouco mais de R$ 80 mil. Além desse sucesso o time se credenciou de vez para disputar uma das quatro vagas para a semifinal do segundo turno. Nessa fase o alvinegro jogará todas as suas partidas em casa. Domingo o adversário será o Clube do Remo, que goleou e empatou no turno inicial.
Além disso, a Pantera é a equipe mais próxima da vaga paraense para a Série D do Campeonato Brasileiro. A equipe santarena abriu cinco pontos sobre seu concorrente direto, o Leão Azul, e tem duas vitórias a mais, o primeiro critério de desempate. O segundo turno promete.
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