quinta-feira, 12 de março de 2009

Kit escolar: “Reino que divide se destrói completamente”

No Blog do Jeso está disponiblizado o artigo “O reino do kit personalizado”, em que o padre Edilberto Sena, que também dirige a Rádio dirige a Rádio Rural AM, a mais antiga em funcionamento em Santarém, aborda a questão dos kits escolares entregues pelo governo Ana Júlia. A foto de Sena também foi capturada no Blog do Jeso.
Abaixo, o artigo.

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O reino do kit personalizado

por EDILBERTO SENA

Reino que se divide, se destrói completamente. O governo do Pará dá a impressão de não compreender essa sentença bíblica. Talvez o governo do Estado não tenha costume de meditar segundo a Bíblia Sagrada, daí seus desvios de uma administração comprometida com o bem comum.
Tudo indica que a cúpula do governo estadual não está se entendendo bem e a administração do bem público passa a sofrer investigação, por suspeita de coisa errada.
Basta observar um exemplo disso: alguns secretários de Estado estão entrando no campo de outros. Alguém do governo do Estado mandou confeccionar um milhão de kits escolares, isso mesmo, um milhão de kits. Dentro de cada um, uma agenda escolar, mochila e duas camisas para uniforme. Além disso, 10 mil revistas com assuntos escolares e logotipo do governo do Estado. Dentro da agenda, uma singela mensagem elogiando a eficiência do atual governo.
Até aí quase tudo bem, até parece que a Seduc e a governadora deram uma boa guinada em favor dos estudantes estaduais. O problema é que, segundo a Constituição brasileira, é proibido constar nomes, símbolos e imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
Aí, o Ministério Público Federal está verificando se esse um milhão de kits escolares fere a Constituição, se os recursos para tão grande volume de kits são de origem federal ou de cofres do Estado. Já diz o ditado, quando a esmola é de mais o santo desconfia.
Aliás, o Ministério Público Federal precisa investigar outras iniciativas “generosas” do governo estadual, como a lei de zoneamento econômico ecológico, que diminui a reserva legal nas terras do Estado e compensa a grilagem das terras do estado, como também o plano do Ideflor para as terras estaduais, entre os municípios de Santarém, Aveiro e Juruti. Quem mesmo vai ficar com a maior parte, os tradicionais pequenos produtores, ou se os grandes plantadores de soja, de capim e de madeira?
E ainda dizem que o Pará é terra de direitos… direitos de quem?

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