domingo, 1 de março de 2009

Diretores de escola dizem que família é vítima da violência

No AMAZÔNIA:

Na escola 'Pequena Luz', onde a criança estudava, o clima é de tristeza. E de revolta também. A diretora, Sônia Galvão, informou que o menino já havia sido transferido de lá e que a direção já havia se deparado com uma suspeita de maus-tratos contra ele em 2007. Odicéia chegou a ser chamada na escola para uma conversa, mas na ocasião disse que o menino havia caído da escada. 'Nós estávamos desenvolvendo um trabalho de conscientização com ela', disse a diretora, explicando que estava fazendo um trabalho de levá-la para uma vida de prática religiosa. 'Acreditávamos que se ela se estruturasse melhor, espiritualmente e psicologicamente, com uma vida de mais equilíbrio, ela se libertaria dessa vida de violência, da qual ela também é vítima', acrescentou.
O vice-diretor e marido de Sônia, o militar Clay Galvão, enfatizou que a filosofia da escola é 'uma educação de princípios'. Evangélicos, Clay e Sônia desenvolvem trabalhos de conscientização e de oportunizar uma vida melhor para várias crianças da comunidade. Porém, de acordo com eles, 'Odicéia não é um monstro'. Clay enfatiza que a mulher é vítima de constantes agressões físicas. Ele ressalta que nada justifica a violência contra uma criança e que não compactuaria jamais com uma situação dessas, porém, ressalta que o caso é complexo e que merece uma atenção especial. 'É preciso que seja trabalhada a questão da criança, mas também que a mãe receba um atendimento adequado ao caso dela. E era isso que estávamos tentando fazer', complementou.
Galvão concorda com a delegada Yone Coelho que essas situações de violência são resultado de desestruturação familiar e enfatiza que a direção da escola em nenhum momento foi omissa. 'O que nós fizemos foi tentar resgatar a base daquela família. Reestruturar a mãe para que o filho também fosse beneficiado com uma vida de mais harmonia e equilíbrio', disse, e finalizou a entrevista com uma passagem bíblica do livro Provérbios 22, 6: 'Ensina uma criança hoje e não precisará puni-la'.

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