Assassino de família confessa: “Matei, sim”

No AMAZÔNIA:

'Matei, sim, mas estou arrependido dessa minha ‘doidera’, mas não matei as crianças não', declarou Roberto Gomes ao confessar o assassinato de seu irmão, Milton Gomes de Souza e de toda a família deste, na Vila do Livramento, município de Garrafão do Norte, no útlimo dia 10 deste mês. A confissão ocorreu diante da imprensa, ontem pela manhã, na sede da Delegacia Geral, em Belém, no momento em que a polícia apresentava o criminoso e seu irmão Wilson Gomes de Souza, também acusado de participar da chacina que eliminou a vida de cinco pessoas num crime bárbaro que ganhou repercussão nacional pela brutalidade dos criminosos e por ter acontecido dentro da reserva dos índios Tembé disputada por madeireiros, grileiros e colonos que também utilizam a área para plantação de maconha.
Roberto e Antônio Wilson Gomes de Souza foram presos pela equipe do delegado Cristiano Farias, na localidade de Vila Nova do Piquiá, na cidade de Viseu, divisa com o Estado do Maranhão. Com a dupla, foram encontradas três espingardas, dois terçados, munição, uma quantidade de maconha e a quantia de R$ 428, que teria sido roubada das vítimas.
Roberto confessou ter matado seu irmão, Milton Gomes de Souza, a esposa dele, Izabeth Diniz, e o irmão desta, Ribamar Diniz da Mata, com tiros de espingarda calibre 28. A Polícia afirma, com base no depoimento de uma testemunha do crime, que Wilson foi o responsável pela morte das duas garotas: uma adolescente de 13 e uma criança de 9 anos. As duas foram mortas a terçadadas. A perícia que será feita nas armas deve apontar qual dos dois terçados foi utilizado por Wilson para matar as meninas. Ele, porém, nega o crime.
Segundo o superintendente de polícia da Região Bragantina, Rilmar Firmino, o crime foi mesmo motivado por disputa de terras, mais precisamente um roçado cobiçado pelos irmãos. Roberto, o assassino confesso, teria escutado Milton afirmar que havia ficado insatisfeito com a parte dele e que iria matar Wilson. Por isso, ele (Roberto) teria se antecipado e assassinado o irmão, sob a promessa de receber também a quantia de R$ 1.000 de Wilson. As terras, na localidade de Vila do Copaíba, no município de Garrafão do Norte, fazem parte da reserva indígena Tembé e nenhum dos irmãos tem posse legítima da área.