No AMAZÔNIA:
A violência em Belém envolve jovens que estão situados na faixa etária dos 18 aos 24 anos e que vivem, em sua maioria, nos bairros periféricos da cidade. É o que aponta o estudo 'Crescimento, Pobreza e Violência em Belém', lançado na última quinta-feira na livraria da Universidade Federal do Pará (UFPA). De autoria dos pesquisadores do Programa Pobreza e Meio Ambiente (Poema), Thomas Mitschein, Jadson Chaves e Henrique Miranda, o estudo visa consolidar e ampliar a criação de políticas públicas na capital paraense. A pesquisa foi feita em abril e maio de 2006, com o levantamento de uma série de dados relevantes ao estudo.
A publicação analisa a pobreza e a violência urbana no atual contexto histórico como expressão de um crescimento econômico e urbano desigual, desaguando em condições precárias de vida e no crescimento da informalidade. Os dados foram obtidos em pesquisa nas seccionais e delegacias da cidade, junto ao Sistema Integrado de Segurança Pública. De acordo com o estudo, a questão da violência está diretamente ligada à família, ou seja, questões como ciúme, discussões generalizadas, embriaguez, conflito familiar e separação alcançam 53,90% das causas registradas. 'A violência se esconde nos poros da sociedade civil, que se manifesta de maneira mais expressiva nos bairros periféricos', declarou Thomas Mitschein.
Segundo ele, os dados da pesquisa apontaram para a necessidade de se investir em projetos voltados aos jovens. 'Falta investir em políticas públicas para evitar que a juventude caia no mundo do crime. Setenta por cento das agressões partem de jovens de 18 a 24 anos e se concretizam nos bairros periféricos da cidade. Na maioria das vezes esses jovens pertencentes a famílias com renda inferior a um salário mínimo e que vivem em bairros da periferia, onde o poder público não se faz presente. As pessoas dessa classe não dispõem de recursos financeiros para se proteger com medidas de segurança', afirmou o pesquisador.
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