No AMAZÔNIA:
Do glamour à simplicidade extrema, Isaac Soares sempre foi muito mais do que um jornalista admirado, era um cidadão, amigo e colega de trabalho irrepreensível. Carinhoso, atencioso, fidalgo, gentil. Todas essas características acompanharam o colunista mais democrático do Pará até o fim da vida. O prefeito de Belém, Duciomar Costa, foi uma das figuras ilustres que conviveu com Isaac Soares em tempos de glamour e festas.
Na coluna social assinada por ele havia espaço garantido para os grandes acontecimentos sociais, bem como para o registro dos aniversários de ilustres desconhecidos para a high society, muitos deles, amigos anônimos, como o barbeiro Moacir Alves Machado, do salão Central.
Por mais de 20 anos, Isaac cortava o cabelo e fazia a barba no local. E sempre com Moacir, amigo que também figurou na coluna mais badalada do Estado. 'Quando eu fiz 25 anos de casamento, ele mandou fazer a cobertura e publicou meia página no jornal, que eu guardo até hoje', contou, relatando ainda que Isac foi sempre um amigo 'de fino trato e fiel'.
No salão Central ou em seu apartamento, o jornalista fazia questão de cortar o cabelo com Moacir, batizado por ele e o também jornalista Luiz Paulo Freitas de 'Carioca, o rei da tesoura'. 'Ele foi um excelente amigo, um excelente cliente. Foi muito importante desde quando eu cheguei a Belém. Ele e o Paulo Zing foram muito bacanas comigo. Eu poderia falar o dia inteiro sobre ele e só falaria coisa boa', completou.
A jornalista Regina Alves lembra muito bem dos bombons e dos lanches. E todos na redação de O LIBERAL lembram desses mínimos gestos de carinho com que Isac brindava a todos. Era um oásis de pães e doces no território de correria do jornalismo, no qual o colunista fez questão de viver até enquanto teve saúde.
Regina conviveu com Isaac Soares desde a década de 70, no tempo glorioso em que o colunista vivia o apogeu de seu estilo no jornal. Ela recorda que como ele gostava muito de festas, comparecia a quase todas. E confirma que não só os grandes acontecimentos sociais lhe faziam bem, mas festas simples.
'Uma vez ele contou que foi a um aniversário. Mas errou o endereço e entrou em uma casa em que uma família comemorava os 15 anos da filha. Isaac foi recebido como um rei', lembra a amiga sem esquecer de dizer que Isaac era assim tratado por toda a sociedade paraense.
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