sábado, 20 de dezembro de 2008

Personalidade do 'tigre' é comentada por amigos da redação

'O LIBERAL era Isaac Soares. E Isaac Soares era O LIBERAL'. A definição do colunista Ismaelino Pinto para o colega de redação mostra em poucas palavras o que significa o nome Isaac Soares para o jornalismo paraense. Ele, que também foi político, advogado e corretor de câmbio, deixou um lugar insubstituível no colunismo social do Estado, no início da noite de ontem.
Para Ismaelino Pinto, Isaac Soares era uma marca.'Eu me tornei colunista depois dele e enxergo Isaac Soares como um exemplo. Apesar da nossa relação ser apenas na redação de O LIBERAL, tenho um respeito muito grande pelo profissional que ele foi', conta. Mesmo com Isaac Soares afastado há bastante tempo da coluna social, segundo Ismaelino era impossível desassociar a imagem dele do jornal O LIBERAL.
Apesar da diferença de idade, Isaac Soares também foi muito amigo de Bernardino Santos. A amizade, que começou ainda nos anos 50, foi marcada por muitas histórias. Eles namoravam duas irmãs, na época em que Isaac ainda exercia a função de advogado. Para Bernardino, foi uma amizade muito boa e tranqüila que mesmo as posições políticas antagônicas não conseguiram abalar. Mais tarde, eles se encontraram na imprensa. No começo, Isaac trabalhou no jornal 'O Flash' e assinava uma coluna com o pseudônimo 'Fred’s'. Ele não podia utilizar sua verdadeira identidade, pois tinha sido político. Logo depois, com o regime militar mais brando, ele foi contratado pela Folha do Norte, onde passou a assinar o seu nome.
Ele ficou no jornal até 1978, quando a publicação foi extinta. E, em seguida, ingressou em O LIBERAL, onde permaneceu até o resto de sua vida. Isaac Soares, segundo Bernardino Santos, tinha um texto voltado para o mundano, que falava sobre o dia-a-dia da população belenense, de festas e acontecimentos da sociedade. Inventou termos como 'Moranguinho', 'Tigresa', 'Tigrão', que viraram suas marcas registradas. 'O 'Tigrão', inclusive, chegou a virar o nome de um baile de Carnaval do Pará Clube, que existe até hoje. Já o 'Tigresa' deu nome a um baile da Assembléia Paraense', diz Bernardino Santos.
De acordo com Bernardino Santos, Isaac Soares também foi um solteirão convicto, apesar dos vários romances vividos. Ele nunca casou, mas teve uma vida profissional brilhante. Foi advogado, corretor de câmbio e, hoje, e unânimidade do colunismo social paraense. 'A morte do Isaac Soares com certeza vai abalar a sociedade, pois ele era aquele profissional que, mesmo trabalhando em uma coluna social, atendia todos as classes. Talvez isso tenha acontecido pelo fato de ter sido político. Ele tinha uma legião de amigos, que era desde o flanelinha até o governador do Estado. Além disso, ele também criou eventos, como o famoso concurso de beleza ‘Garota Verão’, conta.
Também colega de redação de Isaac Soares, o colunista do Amazônia jornal, Pierre Beltrand disse que ele era uma pessoa que multiplicava a sociedade e que, com certeza, irá fazer muita falta ao jornalismo paraense.

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