sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O desamparo, as mortes, as omissões continentais

O assalto em Itupiranga, que resultou na morte do subgerente da agência do Banco do Brasil e em ferimentos em mais três pessoas, é mais uma dessas barbaridades que todo dia acontecem no Pará.
E barbaridade tão grande quanto essa é o desamparo em que os bancários trabalham em pequenas cidades do interior.
Todos, sem exceção, têm medo. Muitíssimo medo.
O medo domina sobretudo os bancários que trabalham em cidades onde o contingente policial é pequeno, para não dizer nenhum. É quase zero.
Todos, sem exceção, não sabem o que fazer para proteger a própria vida.
Nessas horas é que se constata, bem visível, o Poder Público totalmente ausente.
Literalmente ausente.
É inconcebível que em tantas cidades do Pará a segurança fique por conta de uma guarnição da PM.
Guarnição de dois ou três, vale dizer.
E isso não é de agora, não. Não acontece apenas no governa Ana Júlia.
Remonta há anos, com os governos tucanos pelo meio.
E não venham com aquela lengalenga de que “o Estado é de dimensões continentais e blablablá...” – e ponham reticências depois do blábláblá.
Para Estado de dimensões continentais, problemas continentais.
Para Estado de dimensões continentais com problemas continentais, soluções de abrangência continental.

Onde estarão as soluções
Mas cadê a solução?
Ou melhor: cadê as soluções?
Enquanto elas não vêem, muitos choram.
Choram amargamente, como a família do subgerente assassinado.
Tudo porque perduram omissões continentais.
Aliás, dêem uma olhadinha na imagem acima e cliquem nela para que se amplie.
Trata-se de anúncio institucional do governo do Estado. “Segurança Cidadã. Juntos podemos fazer” é o que diz a peça.
Perfeito.
Para que cidadãos e policiais possam fazer juntos a segurança, é preciso que haja número dos dois lados.
De um lado, os cidadãos; de outro lado, a polícia.
Quando cidadãos estão ao desamparo, porque não há efetivo policial em quantidade proporcional à população – destinatária da proteção do Estado -, então nada se pode fazer.
Nada se pode fazer nem juntos, nem separados.
Enquanto isso, os bandidos estão sempre unidos, organizados, sintonizados com as quadrilhas sempre operantes.
Contra o discurso, o banditismo.
Um banditismo de resultados infaustos, como o da ocorrência em Itupiranga.

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