O Ministério Público Federal (MPF) e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) pediram à Justiça que autorize com urgência a comunidade quilombola do Arapemã, em Santarém, no Pará, a deslocar-se para uma região mais central de seu território tradicional, na ilha onde vive. O objetivo é garantir a sobrevivência das famílias, comprometida devido ao fenômeno das “terras caídas” - o desmoronamento de terras às margens do rio Amazonas, levadas pela correnteza.
De acordo com estudos do MPF e Incra, a chegada da estação das cheias, que vai de dezembro a março, pode tornar insustentável a vida da comunidade porque, além de as águas reduzirem o terreno do plantio, a correnteza pode destruir as moradias. Segundo informações do Incra, dezenove casas estão seriamente ameaçadas (fotos: http://tinyurl.com/5u6644 ).
“Os remanescentes quilombolas praticamente 'se equilibram' às margens do rio Amazonas, agarrados simplesmente à esperança de conseguir despertar intactos no outro dia”, alerta a ação civil pública.
Além da correnteza, os integrantes da comunidade do Arapemã sofrem com os impactos da pecuária e da exploração ilegal de argila na ilha, atividades promovidas por não-quilombolas. Tais atividades prejudicam o cultivo na várzea e acabam com a vegetação que serve de fonte alimentar para peixes.
O deslocamento da comunidade para uma área de 1,1 mil hectares na região central da ilha de Arapemã é uma medida emergencial, necessária até que seja realizada a titularização da terra quilombola, informam os autores da ação.
O relatório técnico que identifica a área como remanescente de quilombo foi publicado no Diário Oficial da União em outubro deste ano, mas alguns posseiros reivindicam a terra.
Fonte: Assessoria de Imprensa do MPF
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