No AMAZÔNIA:
Faltando cerca de um mês para a realização em Belém do Fórum Social Mundial (FSM), maior encontro de movimentos sociais do mundo, a cidade ainda se prepara para receber cerca de 100 mil pessoas entre ativistas e intelectuais, que estarão reunidos na capital paraense no período de 27 de janeiro a 1° de fevereiro. Apesar da mobilização por parte do Governo do Estado, que injetou investimentos de mais de R$ 368 milhões em infra-estrutura, pouca coisa já mudou na cidade em função do FSM.
Nos bairros do Guamá e Terra Firme, que abrigam as duas universidades federais do Estado, a movimentação fica por conta da obra de duplicação da avenida Perimetral, que ainda não foi concluída, além da construção do terminal rodoviário da Universidade Federal do Pará (UFPA), que está na primeira etapa do projeto. Na Ufpa e na Universidade Rural da Amazônia (Ufra), os recursos para investimentos em melhoria nos espaços físicos das duas instituições só foram liberados no mês de outubro. 'Será um grande desafio, pois recebemos o investimento muito tarde, mas vamos colaborar com o encontro, pois é o papel da universidade', declarou o reitor da Ufra, Marco Aurélio Leite Nunes.
Segundo ele, a instituição irá preparar espaços para abrigar desde indígenas até estudantes vindos de diversas partes do país e do mundo. 'Vamos preparar galpões e tendas no campus, que servirão para abrigar os visitantes, além de melhorias na parte física do campus. É importante ressaltar que a finalidade maior desse fórum é de atingir a sociedade de uma forma em geral com discussões atuais e de grande importância a todos', completou o reitor.
A aproximação da realização do evento e a demora na entrega das obras também preocupa a comunidade acadêmica. 'Fico feliz com a realização do FSM em Belém, mas acho que os preparativos estão muito atrasados, pois o evento já é no próximo mês e não tem nada pronto', afirmou a estudante universitária Bruna Vilhena Mendes, de 24 anos. Para ela, a capital paraense não está preparada para receber um evento de nível mundial. 'Temos que admitir que não temos estrutura para receber o FSM e isso vai ser sentido durante o evento. As obras ainda estão em construção e a rede hoteleira não aumentou. Onde vamos abrigar tantos visitantes?', indagou a universitária. A opinião da jovem é compartilhada com a pedagoga Nilma Dias. Segundo ela, para sediar um encontro mundial a cidade teria que fazer investimentos no trânsito. 'Belém vai parar, pois não temos estrutura para abrigar um grande número de pessoas circulando. Nosso trânsito é caótico e o pior é que desde quando anunciaram que o FSM viria para Belém, que nada foi feito no sentido de melhorar o tráfego de veículos', lamentou a pedagoga.
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