sábado, 2 de agosto de 2008

Presos fogem e mandam recado: “Não pode bobar”


No AMAZÔNIA:

Onze dos 14 presos que estavam na carceragem da Delegacia do Bengui fugiram, na madrugada de ontem. Apenas um policial guardava a unidade na hora da fuga. Em uma das paredes da cela, os fugitivos usaram creme dental para escrever 'Não pode bobar!', recado sarcástico dirigido aos policiais daquela unidade policial.
Por volta das 3h30, moradores da São Mateus, rua que fica ao lado do prédio da delegacia, foram avisar ao único policial que estava de plantão no local que vários homens haviam acabado de passar correndo. Ao chegar à cela, o policial, que preferiu não ser identificado, viu que duas grades haviam sido serradas. Apenas três presos, identificados como Sidney Vieira dos Santos, Gladson Oliveira Barata e Ivanildo Ferreira Matos, estavam no local.
O primeiro passo para a liberdade foi serrar duas barras de ferro de uma passagem de ar existente na porta principal da cela. Pela pequena abertura (cerca de 30 cm por 40 cm) eles passaram para o corredor que dá acesso à sala de reconhecimento. A grade de ferro que dá acesso a essa sala foi entortada e, pela brecha, os 11 passaram. Da sala de reconhecimento, os presos subiram ao forro, de onde fugiram pelo telhado da delegacia, chegando à rua lateral.
Policiais daquela unidade informaram que, na última quarta-feira, os presos cantaram bastante durante o dia. Acredita-se que a 'cantoria' era para despistar o barulho da serra nas grades. Um dos presos, que preferiu não fugir, informou que na quinta-feira, quando ele chegou àquela carceragem, o buraco na grade principal já havia sido feito.
Sidney, Gladson e Ivanildo foram conduzidos para a Seccional da Marambaia, de onde foram levados para as carceragens das delegacias do Atalaia, Jaderlândia e Cabanagem. Um deles teria comentado que a intenção dos presos que fugiram era ir ao velório de Diego Oliveira Barata, o 'Caveirinha', um dos três assaltantes mortos durante troca de tiros com a polícia, na última quarta-feira.
Um morador da rua São Mateus, que não quis se identificar, estava revoltado com mais uma fuga na Delegacia do Bengui. 'Essa já é a quarta vez que isso acontece. Como é que deixam um policial só para vigiar esse monte de presos? Estão arriscando até a vida do policial e a de todos nós que moramos na vizinhança', queixa-se.

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