No AMAZÔNIA:
Uma tentativa de fuga na Seccional Urbana da Cremação, em Belém, terminou com seis presos de justiça baleados. Por volta de 5 horas de ontem, todos os 20 detentos que estavam na unidade tentaram sair do prédio, mas foram contidos a bala por policiais civis e militares. A maioria foi alvejada nas pernas e nos pés, sendo apenas um atingido no abdome. Depois de rendidos, cinco dos feridos foram encaminhados ao Hospital Metropolitano de Belém. Nenhum corre risco de morte. Os demais voltaram para a cela e, por volta das 9h30 de ontem, começaram a ser transferidos para as seccionais do Jurunas, Comércio, Sacramenta e Guamá.
O diretor da seccional da Cremação, Walter Rezende, afirmou que a transferência se fez necessária para fazer o reparo na cela, danificada com o buraco produzido pelos presos com a retirada de dois tijolos, próximo à grade de entrada, por onde saíram e tentaram passar à força pelos policiais de plantão. O delegado Arnaldo Mendes, responsável pela unidade no momento da tentativa de fuga, conta que saiu com mais dois investigadores para atender uma ocorrência em um posto de gasolina na avenida Alcindo Cacela com a Travessa Padre Eutíquio, às 4h45. 'Chegando lá, o telefone tocou e pediram para eu voltar imediatamente, porque estava acontecendo uma fuga', disse.
Arnaldo relata que os presos devem ter demorado cerca de dois dias para fazer o buraco na parede. Na madrugada de ontem, os 20 detentos saíram um a um pelo pequeno quadradado de, no máximo, 30 centímetros de lados. Eles se amontoaram atrás da divisória que serve de ante-sala para a entrada da cela. Aguardavam o momento certo para fugir. Quando perceberam a saída da equipe, conta o plantonista, entenderam que era a melhor hora, pois não haveria mais nenhum policial no prédio. 'Mas eles não pensaram que havia ainda três policiais civis e dois PMs', observou o delegado de plantão.
Somente quando decidiram sair, os presos perceberam a presença de outros agentes de segurança e tentaram correr em direção à porta da frente da seccional. Vários deles estavam armados com estoques improvisados, a maioria feita com varas de ferro retiradas da parede da cela. Os PMs ordenaram que parassem, mas não foram ouvidos. Começou, portanto, o tiroteio. O delegado Arnaldo diz que os soldados foram exemplares na ação que evitou a fuga, pois atingiram não atingiram áreas vitais dos detentos.
Apenas o preso João Carlos Paixão foi atingido no abdome e deveria ser submetido a uma cirurgia no Hospital Metropolitano, na manhã de ontem. Ele também foi alvejado na perna. Os outros feridos são Fabiano Serrão Brito, com um tiro no pé; Adriano da Silva, com fragmentos de bala no glúteo; Jhonny Coelhos dos Santos, baleado na coxa e no pé; Wilson Maciel Calandrine, lesionado na coxa; e Jonas Cabral Almeira, que sofreu um disparo de raspão no quadril esquerdo. Este último foi atendido ainda na seccional e retornou à cela minutos depois, pois seu caso não precisou de outros cuidados médicos.
Arnaldo Mendes detalha ainda que a fuga pode ter sido arquitetada por um preso conhecido com 'Nhaca', com prenome Marinaldo. Ele foi transferido da cela na sexta-feira passada, por isso não participou da tentativa de evasão. Ontem, pela manhã a delegada da Delegacia de Crimes Funcionais (Decrif), Márcia Contente, esteve na seccional da Cremação para ouvir os policiais que estavam de plantão e produzir um relatório para a Corregedoria de Polícia Civil, um procedimento comum em casos como este, segundo ela.
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