quinta-feira, 10 de julho de 2008

Conduta de delegado divide cúpula da PF

Na FOLHA DE S.PAULO:

A Operação Satiagraha, apesar de considerada um sucesso pelo governo, dividiu a Polícia Federal pela forma como o delegado responsável Protógenes Queiroz conduziu as investigações. Ele chegou a requisitar agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para auxiliá-lo nos trabalhos que culminaram com a prisão do banqueiro Daniel Dantas.
A cúpula da PF avalia que Queiroz desrespeitou algumas normas de conduta, como não prestar contas do andamento da investigação, não fornecendo sequer informações básicas que permitissem estruturar a parte logística da operação. Por pouco, a ação da PF não foi suspensa na véspera.
A pessoas próximas, Queiroz alega que tomou tais medidas por receio de que informações estratégicas pudessem vazar e prejudicar a operação. Por ter sido feriado ontem em São Paulo, a Folha não conseguiu contatar o delegado.
Um dos integrantes da cúpula da PF, designado para acompanhar a ação em São Paulo, disse a Queiroz que a operação poderia ser abortada se ele não passasse coordenadas mínimas, como os nomes dos alvos dos mandados de prisão. Foi só na noite de segunda que ele informou a cúpula dos detalhes.
O uso de agentes da Abin, por exemplo, não era do conhecimento da chefia da Polícia Federal nem do Ministério da Justiça, que reprovou a prática, embora ela seja legal.
A presença de agentes da Abin nas investigações foi registrada em pelo menos um episódio, ocorrido no dia 27 de maio, quando o carro de Humberto Braz, assessor de Dantas e com prisão decretada, foi seguido nas ruas do Rio quando levava um filho para a escola.

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