Na FOLHA DE S.PAULO:
O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou ontem que o pedido de prisão e de busca e apreensão na casa da jornalista da Folha Andréa Michael resulta na "perda da centralidade" e pode prejudicar o objetivo do inquérito da Operação Satiagraha.
De acordo com o ministro, alguns nomes que surgiram na investigação são "coisas secundárias e que não têm a mínima importância para o desfecho" do caso, que tem como alvo crimes financeiros.
"Não conheço o processo nem o examinei tecnicamente, mas minha opinião é que inquéritos dessa natureza não podem perder a centralidade. O objetivo desse inquérito foi verificar crimes graves contra o sistema financeiro. Pelo que concluí, na manifestação da Procuradoria e do juiz, o pedido [de busca e apreensão e de prisão da jornalista] não tinha nenhum conforto. O que confirma, portanto, essa minha avaliação de que a perda da centralidade pode prejudicar o objetivo do inquérito."
A PF havia feito os pedidos, negados parcialmente pelo Ministério Público e totalmente pela Justiça, porque considerou que Michael havia divulgado dados sigilosos do inquérito a envolvidos na investigação. Na realidade, a jornalista havia publicado reportagem em 26 de abril adiantando quase todos os aspectos da investigação, baseada nos dados do inquérito, e foi procurada pelo advogado do Opportunity, Nélio Machado.
"Ele me procurou e conversamos. Todos os dados sigilosos que comentei com ele haviam sido extraídos do inquérito e publicados na reportagem, tudo era público", disse Michael. Machado questionou a informação alegando desconhecimento do inquérito. Michael então lhe passou o número do inquérito para que checasse por si mesmo. Em nota, a Folha afirmou que "cabe às autoridades competentes manter dados desse tipo em sigilo".
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