terça-feira, 20 de maio de 2008

Três mil participam da abertura de Encontro em Altamira

Cerca de três mil pessoas participaram da abertura, no ginásio poliesportivo de Altamira, do Encontro Xingu Vivo para Sempre. O evento, que acontece até a próxima sexta-feira, pretende identificar as principais ameaças à integridade ambiental da bacia do Rio Xingu e as conseqüências para os povos da região (índios e não índios).
A abertura teve seu início quando integrantes da tribo kayapó entraram no ginásio. Logo após sua entrada, a tribo dos xicrins iniciou sua dança. Um de seus representantes era a índia Tuíra, que em 1989 encostou seu facão no então diretor da Eletronorte e hoje presidente da Eletrobrás, José Muniz Lopes. Depois de quase 20 anos, a índia levantava o seu facão como antes.
Outras tribos também participaram do evento: Parakatejê, Assurini, Araweté, Panará, Kararaô,Mbengokrê, Kokraimoro, Arara, Juruna, Xipaya, Curuaya, Krahô, Apinagé e Parakanã. Após a apresentação do hino nacional, cantado em língua kayapó, representantes dos ribeirinhos e agricultores falaram.
O bispo do Xingu, dom Erwin Krautler, primeiro a falar, ressaltou que o rio "foi criado por Deus para todos esses povos que aqui se encontram, indígenas e não indígenas, desde tempos imemoriais". Ele afirmou ainda que um dos objetivos do evento é identificar as ameaças ao ecossistema e aos moradores do Xingu. Dom Erwin é um dos três bispos paraenses ameaçados de morte e deve se reunir, nesta quarta-feira, com o secretário Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannucchi, que estará em Altamira especialmente para conversar com o religioso.

Programação
Para esta terça-feira, estão programados depoimentos sobre o Encontro dos Povos Indígenas de 1989 e a exposição pelo professor Oswaldo Sevá/Unicamp, cobre o "Complexo de Hidrelétricas do Xingu". Mesa-redonda também vai discutir o desenvolvimento econômico e qualidade de vida no Xingu. Estão previstos depoimentos de ribeirinhos, de agricultores familiares e de indígenas.
Um representante da Eletrobrás vai discorrer sobre o novo inventário mudanças em relação ao anterior. O professor Oswaldo Seva, da Unicamp, abordará a terceira tentativa de barrar o Xingu e as possíveis conseqüências.
Roquivam Alves da Silva/MAB vai falar sobre o exemplo de Tucuruí, Rio Madeira e outros. A análise sobre as hidrelétricas no Brasil estará a cargo de Glenn Switkes, do International Rivers. Estudos de Avaliação da Equidade Ambiental - o caso Belo Monte terá abordagem de Jean Pierre Leroy, da Fase Nacional.

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